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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

8ª Xirê de Mãe Oxum da Praia da Alegria destaca a história local e valoriza a cultura afro–brasileira

Com a proposta de valorizar a cultura afro-brasileira dando destaque para a  história local durante as festividades de Mãe Oxum da Praia da Alegria, as  bandeiras amarelas, os toques de atabaques, agogô,  invadem as ruas da cidade na noite deste sábado  (10). O ponto de partida do carreata  é na rua Campo Grande nº 405 , no bairro da Santa Rita, às 20h.

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Ao chegar no balneário, acontecem o encontro das Oxuns,  Mãe Oxum que está na gruta na Praia da Alegria recebe homenagens dos seguimentos culturais. Após o toque de alvorada os presentes  saem em cotejo  em direção a beira da praia onde acontecerão pelo 8º ano uma manifestação festiva  que a ASSOBECATY  convencionou chamar de XIrê. Domingo  (11) durante o dia a imagem fica a disposição para receber homenagem a tarde apresentação do Afoxé do Ponto de Cultura Ilê Axé Cultural Encerramento está previsto para ás 16:00  com o toques e cantos dedicado a Oxum.

O projeto é organizado pelo Ponto de Cultura Ilê Axé Cultural  e realizado pela ASSOBECATY e ASSOBENSENCOM e com todos que compartilham  da ideia  de valorizar e presentear  a Mãe Oxum da Praia da Alegria irmanados de forma coletiva.

sábado, 3 de dezembro de 2016

#100AnosBateFolha – “É um feito repleto de grandiosidade, fé e perseverança

http://portalsoteropreta.com.br/e-um-feito-repleto-de-grandiosidade-fe-e-perseveranca/

Por Redação / 2 de dezembro de 2016 às 18:58

terreiro bate folha

São 100 anos de resistência histórica do povo Bantu que chegou a Salvador e aqui fundou um dos mais tradicionais Terreiros de Candomblé da Bahia: o Terreiro do Bate Folha. Localizado no bairro da Mata Escura, o Terreiro está em plena festa de celebração deste centenário, com atividades que vão de lançamento de selos comemorativos, passando por exposição fotográfica, seminário e lançamento de um Memorial sobre a história da Casa. As atividades seguem até este domingo (4).

O Portal SoteroPreta entrevistou, com exclusividade o líder religioso do Terreiro, Cícero Rodrigues Franco Lima, o Tata Muguanxi. Confira:


Historicamente, como o Terreiro do Bate Folha se insere na comunidade e quais relações históricas perduram nos dias de hoje?

Tata Muguanxi – Historicamente, o Terreiro do Bate Folha está inserido no contexto da comunidade do bairro da Mata Escura há mais de cem anos. Atuamos como  um marco referencial de instituição religiosa de matriz africana participativa, representativa e engajada com a comunidade de seu entorno, seja por abrigar a memória coletiva do bairro, por receber os moradores ou abrir as portas para realização de atividades que sejam de extensão. Temos bom relacionamento com cooperativas, grupos culturais e até mesmo, outras entidades religiosas da Comunidade.

As invasões eram mais recorrentes, as ofensas e, inclusive, as penalidades legais às lideranças religiosas. Pensando neste contexto, a gente até entende o porquê das casas serem tão afastadas dos centros das cidades.

terreiro bate folha

Qual a importância de um Terreiro completar 100 anos em uma cidade como Salvador, no contexto de intolerâncias e agressões legais e políticas ao Candomblé?

Tata Muguanxi – A importância reside na constatação de que resistimos às dificuldades de cada período da sociedade e estabelecemos laços de família, união e amor aos Nkisses. É um feito repleto de grandiosidade, fé e perseverança. Quando imaginamos e sofremos com o processo de intolerância religiosa, ocorridos ainda hoje, nos dias atuais, fico pensando em 1916. O processo de abolição dos negros escravizados ainda estava recente e, como consequência, o racismo estava institucionalizado em todas as práticas de matriz africana, principalmente, o Candomblé.

“É importante frisar que na reverência aos Nkisses ela terá a mesma grandiosidade e importância de todas as nossas celebrações e o compromisso com os ritos sacros estão mantidos.”

terreiro bate folhaNesta história centenária, o que, historicamente, não pode ser esquecido?

Tata Muguanxi – Primeiramente, o que não pode ser esquecido de maneira nenhuma nesse processo histórico é a força dos Nkisses, como também a visão de família, de comunidade, de função social de um homem chamado Manoel Bernadino da Paixão, nosso fundador. Essa importância na divulgação, socialização e manutenção de uma religião tão discriminada, tão combatida, como foi e ainda é o Candomblé, embora em menor grau nos dias de hoje. E em segundo, a força do candomblé Congo-Angola, de tradição Banto, em Salvador, que apesar de ser reservado, consegue perpassar toda essência do culto.

É a primeira vez que o Terreiro abre suas portas para uma atividade deste porte?

Tata Muguanxi – Não é a primeira vez que o Terreiro do Bate Folha abre e sedia eventos e atividades de porte expressivo e significativo, basta lembrar do encerramento do 2º Congresso Afro-brasileiro, realizado em 1937, onde seu Bernadino teve participação expressiva, contribuindo, inclusive, com um artigo publicado em 1942 no livro “O Negro no Brasil”. Na verdade, é mais incomum. Geralmente, nossas portas são abertas apenas para cultos religiosos ou visitas de grupos agendados.

terreiro bate folha

Fotos: Marisa Vianna

“Só que são 100 anos e, por si só, já requer uma celebração à altura, com música, história, debate,
teatro, dança, pesquisadores de casa, olhar de dentro da casa, selo, exposição fotográfica.. enfim! Tudo que um centenário tem direito. E nada mais justo do que isso ocorrer no espaço, na Casa que abrigou o Centenário. “

terreiro bate folhaTata Muguanxi e Nengua Guaguanssesse

Terreiro do Bate Folha – Rua Dionísio Brito Santana, antiga Travessa São Jorge, n. 65-E, bairro da Mata Escura, Salvador.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Árvore de terreiro de candomblé cai, atinge casas e mata um, diz Codesal Quatro pessoas ficaram feridas e foram socorridas pelo Samu. Árvore centenária fica dentro do terreiro Olga de Alaketu, em Luís Anselmo.

02/12/2016 07h33 - Atualizado em 02/12/2016 12h28

Do G1 BA, com informações da TV Bahia

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Uma árvore centenária que fica dentro do terreiro de Alaketu, na Rua Luís Anselmo, no bairro Matatu de Brotas, em Salvador, caiu sobre nove casas vizinhas ao espaço e causou a morte de uma idosa na manhã desta sexta-feira (2).  A informação é confirmada pela Prefeitura de Salvador, que por meio de nota afirma que outras quatro pessoas ficaram feridas.

Idosa morta após queda de árvore é resgatada pelo Corpo de Bombeiros (Foto: Juliana Almirante / G1)Corpo de idosa é resgatadado pelos bombeiros
(Foto: Juliana Almirante / G1)

A idosa morta foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros por volta das 9h20. Minutos antes, o engenheiro da Defesa Civil de Salvador (Codesal), contou ao G1 como a vítima foi encontrada. "A senhora Vanda Marins Ribeiro está sob um galho de árvore de grande porte, de 6 metros de comprimento e 60 cm de diâmetro. Não há condição dela estar viva", disse.

Os quatro feridos foram  socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para unidades médicas de Salvador, mas não há informações sobre o estado de saúde.

Segundo a Prefeitura, moradores da localidade acreditam que a árvore caiu após ser atingida por um raio. No local, outros moradores ouvidos pelo G1 relatam que viram um clarão semelhante ao provocado pelo rompimento de um fio de energia elétrica.

Técnicos da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Secretaria Municipal de Manutenção (Seman), Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps) estão no local.

Maria de Fátima, vizinha do terreiro, diz que fez vários pedidos à Codesal para poda da árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)Maria de Fátima, vizinha do terreiro, diz que fez
vários pedidos à Codesal para poda da árvore
(Foto: Juliana Almirante/G1)

De acordo com moradores, um protocolo foi feito na Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop), em 2011, com o pedido da poda e retirada da árvore, que poderia cair.

A vizinha Maria de Fátima dos Santos, de 56 anos, que mora no local há mais de 30 anos, disse que já tinha solicitado a poda da árvore diversas vezes.

"Essa árvore sempre teve risco porque sempre caia graveto no telhado. A primeira vez que pedi foi no ano de 2000, mas não tive resposta. Em 2012, depois que parte do telhado caiu, a Codesal veio aqui e orientou que os moradores saíssem de casa se chovesse. Não fizeram poda. Em 2014, retiraram dois galhos", relata. Ela disse ainda que já teve que fazer reforma no telhado por conta de desabamentos que ocorreram.

Protocolo mostra orientação da Codesal em 2012 (Foto: Juliana Almirante/G1)Protocolo mostra orientação da Codesal em 2012
(Foto: Juliana Almirante/G1)

Maria de Fátima ainda mostrou o protocolo em que a Codesal orienta os moradores a saírem do imóvel em período de chuva. "A gente fica revoltado. Foi preciso morrer alguém para virem aqui", reclama.

Com a queda da árvore, o teto da casa dela desabou em dois quartos e na sala. Ela estava dormindo no quarto quando aconteceu e teve ferimentos leves no braço e na perna.

O ogán do terreiro, Florivaldo Cajé, confirma que estava preocupado com a árvore e que solicitou podas. "Mandamos um oficio em 2013 para a Sucop. Mas não foi feita a poda", afirma.

Ele diz que, como o terreiro é tombado pelo Iphan eles precisam de autorização para fazer intervenções, inclusive na árvore. "Também não temos condições de fazer sozinhos porque a árvore é muito grande", diz.

Por meio de nota, a Prefeitura de Salvador relatou "a Seman, a pedido dos próprios moradores, já esteve no local para tentar fazer a erradicação do vegetal, sendo impedida pelos proprietários do terreno, que alegaram motivos religiosos (a árvore é considerada sagrada pelo terreiro)".  A Prefeitura acrescentou que por se tratar de área privada, não fez a erradicação.

O terreiro Ilê Maroiá Lájié (Terreiro de Alaketu ou Olga de Alaketu) é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Solicitação de poda feita pelo terreiro à Sucop (Foto: Juliana Almirante / G1)Solicitação de poda feita pelo terreiro à Sucop (Foto: Juliana Almirante / G1)

Cama onde Maria de Fátima dormia no momento da queda da árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)

Cama onde Maria de Fátima dormia no momento da queda da árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)

Árvore derrubou telhado de uma das casas vizinha ao terreiro (Foto: Juliana Almirante/G1)

Árvore derrubou telhado de uma das casas vizinha ao terreiro (Foto: Juliana Almirante/G1)

Vizinha mostra protocolo de pedido de poda árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)

Vizinha mostra protocolo de pedido de poda árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)

Árvore atingiu ao menos quatro casas (Foto: Juliana Almirante/G1)

Árvore atingiu ao menos quatro casas (Foto: Juliana Almirante/G1)

Ao menos duas pessoas ficaram feridas no acidente (Foto: Juliana Almirante/G1)

Ao menos duas pessoas ficaram feridas no acidente (Foto: Juliana Almirante/G1)

Uma idosa de 63 anos foi atingida no acidente (Foto: Juliana Almirante/G1)

Uma idosa de 63 anos foi atingida no acidente (Foto: Juliana Almirante/G1)

Não há informações confirmadas sobre o que pode ter provocado a queda da árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)

Não há informações confirmadas sobre o que pode ter provocado a queda da árvore (Foto: Juliana Almirante/G1)