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sexta-feira, 28 de abril de 2017

ASSOBECATY: Retrato vivo da complexidade institucional

No relatório de atividades anual que Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá (ASSOBECATY), apresentou, a sociedade ela deixa bem claro, que  é o retrato vivo da complexidade institucional é reflexo também das distinções entre as instituições que reafirma que não há um formato único de organização que desenvolve  políticas públicas, cada uma requer incentivos seletivos diferenciados. O caso em questão Assobecaty direciona e realiza suas ações diretamente ligadas aos sistemas nacionais Assistência Social (SUAS), Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Nacional de Cultura - SNC, fazendo arquiteturas institucionais, em resposta aos desafios específicos que precisam ser enfrentados. Ainda tem desempenhado uma complexa  tarefa de desenvolver projetos voltados aos interesses de comunidades urbanas em situação de vulnerabilidade social, fazendo recortes da população negra e povos e comunidades tradicionais de matriz africana, com cuidado e responsabilidade política de sempre que possível usar a orientação dos valores civilizatórios africanos, usando de coerência necessário para atender as necessidades especificas de povos e populações de costumes e necessidade diferenciados. Os desafios tem sido imensos,  impõem-se fortemente quando o assunto executar políticas públicas de governo ou em parceria com o mesmo, em âmbito municipal, estadual e federal. É forte o desafio de protagonizar contínuos processos de pactuações para consolidar a descentralização das suas ações, com ampliação da capacidade de bem atender direitos cidadãos, por meio de pactos e acordos de caráter diversificado. Para finalizar, buscamos atuar de forma integrada com órgãos governamentais, sociedade civil e as comunidades que os diversos  projetos são direcionados, entendemos que precisamos nos aproximar mais do SUAS e nos preparar porque não sentimos que os caminhos estão previamente definidos. A entidade, com suas iniciativas, tem feito os caminhos na própria caminhada, enfrentando dificuldades de identificar e compor a rede SUAS. Portanto, não nos sentimos integrados e precisamos encontrar espaço para compor a Rede de Garantia de Direitos no Município de Guaíba e no Estado do RS.

sábado, 15 de abril de 2017

Livro "Gênios da Humanidade" revela as grandes invenções criadas pelos negros em todo mundo Obra é uma ferramenta poderosa no combate ao racismo; leia a entrevista com o autor


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Reprodução da capa do livro "Gênios da Humanidade"

Reprodução da capa do livro "Gênios da Humanidade"Divulgação

Uma, ou melhor, várias verdades sobre a contribuição dos negros no desenvolvimento social, filosófico e tecnológico da humidade vêm à tona com o lançamento do livro "Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente" (editora DBA), do professor mestre Carlos Eduardo Dias Machado e da jornalista e ex-consulesa da França Alexandra Baldeh Loras.

A obra muito bem fundamentada e repleta de dados históricos revela que a raça negra não é composta apenas de pessoas que só sabem trabalhar duro em tarefas braçais, correr, dançar, cantar ou jogar futebol. É composta também de cientistas brilhantes que inventaram, entre outras coisas, a geladeira, a escrita, o microfone e o videogame.

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Apenas por isso, o livro se torna uma importante ferramenta de combate ao racismo e recuperação da autoestima do brasileiro. Mas a obra não para por aí. Alexandra e Carlos Eduardo também apresentam uma profunda reflexão sobre a omissão histórica da genialidade negra nas ciências e propõe um novo desafio a ser lançado, o de plena igualdade racial, em todas as áreas de atuação humana por um efetivo equilíbrio de poder para todos sem qualquer distinção de raça, cor, etnia, sexo, credo ou nacionalidade.

Confira a entrevista exclusiva que o professor Carlos Eduardo concedeu ao R7. O livro "Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente" (editora DBA) foi lançado este mês, tem 256 páginas e custa R$ 50.

R7: Quanto tempo levou a pesquisa e a produção do livro?

Carlos Eduardo: A primeira versão do livro levou 9 meses. Posteriormente com as negativas das editoras eu resolvi ampliar o livro. Fiquei 11 anos batalhando pela publicação revendo e atualizando o texto. É importante dizer que este foi o meu primeiro livro, pois nunca tinha escrito algo tão grande. Percebi que este tema merecia uma publicação para divulgar os feitos científicos e tecnológicos negros.

R7: O livro pretende abrir um novo horizonte sobre a participação dos negros na história da humanidade?

Carlos Eduardo: Sim o livro é bem fundamentado para valorizar a ciência, tecnologia e inovação criada pelos negros no mundo ao longo do tempo. O continente africano tem o registro mais antigo do mundo de realizações tecnológicas humanas: as ferramentas de pedra mais antigas do mundo foram encontradas no leste da África, e mais tarde a evidência para a produção de ferramentas por nossos antepassados hominídeos foi encontrada em toda a África Subsaariana. A história da ciência e da tecnologia em África desde então, devido a hegemonia branca tem recebido pouca atenção em comparação com outras regiões do mundo, apesar de notáveis desenvolvimentos africanos em matemática, metalurgia, arquitetura, agricultura entre outros campos.

R7: Quais as inovações e criações mais surpreendentes criadas por negros?

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Carlos Eduardo: O semáforo, geladeira, filamento de carbono da lâmpada, videogame, celular, microfone, pilão, calendário, a matemática, astronomia, escrita e a filosofia.

R7: Qual a sua opinião sobre o ensino da história da África nas escolas e como este conteúdo deveria ser incluído no currículo?

Carlos Eduardo: É de fundamental importância ensinar história da África antes da escravidão, colonialismo e racismo. Mas esta tarefa ainda é implementada por ativistas e simpatizantes da promoção da igualdade racial. Existe muita resistência ao tema por preconceito e por medo de que os jovens vão aprender “macumba” na escola. Este cumprimento da lei federal deveria abranger toda a escola e não individualmente professoras comprometidas.

R7:  A educação é uma ferramenta essencial na luta contra o racismo?

Carlos Eduardo: Não há dúvida, mas qual educação que se quer? A educação que temos é eurocêntrica e precisa receber os aportes das civilizações da África e América. Ainda há muita resistência por preconceito e por agarrar-se às velhas práticas que excluem a maioria da população num estado de constante alienação.

Carlos Eduardo levou 11 anos para publicar a obra

Carlos Eduardo levou 11 anos para publicar a obraDivulgação

R7: Especificamente no Brasil, quais foram as contribuições mais importantes dos afrodescendentes no desenvolvimento do país?

Carlos Eduardo: A mineralogia, mineração e fundição de metais no chamado Ciclo do Ouro. Os europeus sabiam do exímio conhecimento africano com a metalurgia em régios como o oeste e centro do continente. Destaco também as inovações produzidas pelos irmãos Antônio e André Rebouças no século 19 na construção da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá para a engenharia nacional.

R7: Em relação a pergunta anterior, o reconhecimento dessa contribuição é prejudicado por conta do racismo e da escravidão?

Carlos Eduardo: Sim porque impediu o desenvolvimento da maioria da população. Veja viemos de centenas de organizações políticas africanas desde o século 30 a. C., havia um conhecimento sofisticado em diversas áreas, no continente haviam cidades, houveram universidades como Per Ankh, Sankore, Al-Azhar e Al-Karouine, haviam escritas, literatura, filosofia e retórica. Este conhecimento amplia a nossa visão de mundo e nos encoraja a descolonizar as nossas mentes e os currículos.