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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Expedição inédita sai de Manaus e sobe o Rio Negro para mapear lugares sagrados

A ideia é refazer parte da rota mítica pela qual os ancestrais chegaram aos lugares onde hoje vivem os diferentes povos tukano no noroeste amazônico, registrando as narrativas orais de conhecedores tradicionais, dos lugares sagrados e míticos de seus povos. Ao longo de três semanas, o ISA irá publicar informes da expedição. Acompanhe!

Expedição Anaconda no Rio Negro. De 18/02 à 11/03

Rio Negro SocioambientalManaus, domingo, 17 de fevereiro. Um grupo de índios do Alto Rio Negro chega à cidade, onde se encontra com parceiros de organizações governamentais, não governamentais e universidades para dar início a uma experiência inédita: percorrer o curso do Rio Negro entre Manaus e São Gabriel da Cachoeira, cidade localizada próxima à fronteira Brasil-Colômbia, com o intuito de refazer parte da rota mítica pela qual seus ancestrais alcançaram os territórios onde até hoje vivem. Essa história faz parte de um extenso acervo de narrativas orais compartilhadas pelos grupos indígenas da família linguística tukano, falantes de mais de dez línguas, com cerca de 30 mil pessoas, que vivem nas bacias transfronteiriças dos rios Uaupés e Apapóris.

Em Manaus, o embarque do grupo na manhã desta terça, 19/2. Da esq. para a dir. em pé: Aline,Ernesto, Marcelino, Nivaldo, Laureano, João, Geraldo, Arlindo, Marivaldo, Ana Gita, Christine, Guillerno, stephen, Norma, Severiano, Vincent, Jorge; da esq. para a dir. agachados: João Arimar, Erculino, Raoni, Nildo, Higino, Antônio, Miguel, Adelson

A iniciativa é parte de um conjunto de ações que vêm sendo apoiadas por diversas instituições, com destaque para o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), numa parceria de vários anos da qual participa também o ISA (Instituto Socioambiental), e, mais recentemente, o Ministério de Cultura da Colômbia.

No barco, começam as filmagens, que registrarão toda a expedição

A idéia começou de fato a ser gestada em ambos os lados da fronteira, graças aos projetos desenvolvidos há mais de duas décadas pelo ISA no Brasil e pela Fundación Gaia na Colômbia junto aos povos do noroeste amazônico. Mais recentemente, essas experiências levaram à idealização de um programa binacional de Cartografia e Documentação Cultural dos lugares considerados sagrados pelos povos das famílias linguísticas tukano oriental, arawak e maku (saiba mais).