Na
tarde da última segunda-feira, 13 de Maio de 2013, reuniram-se na
Assembléia Legislativa do Estado Rio Grande do Sul mulheres negras e
parceiros que responderam ao chamado da ASSOBECATY – Associação
Beneficente Cultural Africanista Templo de Yemanja para uma roda de
conversas sobre abolição
não conclusa para as mulheres negras. Estiveram presentes ao encontro
Mãe Carmen de Oxalá, presidente da Assobecaty e responsável pelo
chamamento; as entidades Conselho Nacional Afro Brasileiro - CNAB – RS,
Associação de Mulheres Unidas Pela Esperança – AMUE, do Morro da Polícia
em Porto Alegre e Grupo de Ação Afirmativa Afrodescendente – GAAA;
quinze mulheres interessadas em debater a temática e o antropólogo
Marcello Múscari a acompanhar as atividades desenvolvidas.
Conforme relatado ao início do encontro por Mãe Carmen de Oxalá, o
objetivo daquela tarde era justamente criar espaços de visibilidade no
seio do poder público estadual para a temática da abolição inconclusa
das mulheres negras, e oportunizar que elas próprias se coloquem nestes
lugares e deles exponham suas percepções sobre o tema.
Ao início das conversas Mãe Carmen de Oxalá apresentou um breve relato
da trajetm contribuir com a temática. Ao final, foram debatidos tópicos
relativos particularmente à realidade de alguns dos grupos ali
presentes, do que se concluiu que a melhor estratégia para o
fortalecimento de cada um dos componentes do movimento seja seu apoio e
ancoragem no coletivo. Conforme foi dito, “o sistema nos induz a
trabalhar sozinhos e é por isto que temos que nos unir para termos mais
força”.ória do evento, narrando sua primeira realização no ano de 2011 e
articulação do “1 encontro nacional de Iás”, realizado no município de
Guaíba no mesmo ano. A proponente desenvolveu também uma breve
reconstituição acerca da história de inserção social das mulheres negras
no Brasil, do período que imediatamente se seguiu à abolição formal da
escravidão, até as modernas formas de exclusão que se impõem sobre estas
mulheres. Ao final, resta a idéia de que apesar de muitas vezes terem
sido mulheres negras as protagonistas de importantes mudanças no
contexto socioeconômico nacional, ainda hoje estas figuras históricas e
contemporâneas não logram reconhecimento por suas trajetórias de força e
luta por melhores condições de vida para si próprias e seus grupos
sociais de origem.
Após sua fala, um a um os
participantes puderam se apresentar e, conforme a disposição,
desenvolver falar sobre suas percepções e contato com o tema.
Amplamente, as falas giraram em torno de casos em que mulheres negras,
mesmo quando ocupam espaços de visibilidade e decisão, tem suas ações
expropriadas por outros atores; foi criticada a reincidente
invisibilizadão, por parte do poder público, das ações protagonizadas
por estas mulheres, e também debatido os modos como a promoção do
protagonismo negro feminino pode se articular e contar com a colaboração
de outros atores sociais, especificamente, de homens interessados em
contribuir com a temática. Ao final, foram debatidos tópicos relativos
particularmente à realidade de alguns dos grupos ali presentes, do que
se concluiu que a melhor estratégia para o fortalecimento de cada um dos
componentes do movimento seja seu apoio e ancoragem no coletivo.
Conforme foi dito, “o sistema nos induz a trabalhar sozinhos e é por
isto que temos que nos unir para termos mais força”.
Ao
final da tarde, foram elaborados três encaminhamentos que devem pautar a
continuidade do debate deste dia em diante. São eles:
- Organização de um Grupo de Trabalho para atuar na organização do seminário 25 de julho de 2013.