Carro chegou ao vilarejo de Qunu, onde nasceu o líder sul-africano, neste sábado, um dia antes do enterro, que ocorrerá no local
O
caixão carregando os restos mortais de Nelson Mandela chegou ao vilarejo
de Qunu, onde nasceu o líder sul-africano, neste sábado, um dia antes
do enterro, que ocorrerá no local. O carro fúnebre carregando o caixão
de Mandela, coberto com a bandeira nacional, chegou à propriedade da
família de Mandela sob céu nublado às 16 horas (horário local).
Ele
foi escoltado por um enorme comboio de veículos policiais, militares,
entre outros, muitos piscando luzes de emergência. Um helicóptero
militar sobrevoou a casa. Na jornada final até a aldeia natal, a
trajetória de Madiba havia recebido tributo em uma cerimônia realizada
na manhã de sábado na base aérea de Waterkloof, em Pretória, antes de os
restos mortais dele serem transportados a bordo de um avião militar.
Caixão com corpo de Mandela chega a cidade natal de Qunu para enterro (Foto: AFPp
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No aeroporto de Mthatha, o caixão de Mandela foi
recebido por uma guarda militar e colocado em um comboio para a viagem
de 32 quilômetros em direção a Qunu. Moradores e pessoas que tinham
viajado por horas lotaram a estrada para Qunu, cantando e dançando.
A
viúva de Mandela, Graça Machel, e a ex-mulher, Winnie
Madikizela-Mandela, se abraçaram aos prantos no aeroporto de Mthatha
quando o caixão chegou. Mandela ficou preso por 27 anos por se opor ao
apartheid racista no país e saiu da prisão em 1990 para forjar uma nova
África do Sul.
Tornou-se presidente em 1994,
depois das primeiras eleições democráticas multirraciais no país.
Soldados em equipamento completo, homens e mulheres, estavam parados de
pé de cada lado da estrada nas proximidades do aeroporto de Mthatha.
Alguns civis também estavam na rota, se protegendo do sol com
guarda-chuvas.
Houve uma surpresa
entre os planos para o funeral, quando o arcebispo aposentado aposentado
Desmond Tutu disse que não participaria da cerimônia porque não tinha
recebido um convite. Autoridades do governo, por outro lado, insistem
que ele está na lista de convidados.
“Por mais que eu teria gostado de ir à cerimônia
para dizer um adeus final a alguém que eu amava e tinha em grande conta,
teria sido desrespeitoso com Tata (Mandela) ir sem ser convidado ao que
foi anunciado como um funeral familiar privado”, disse Tutu, em
comunicado divulgado neste sábado.
Caixão com corpo de Mandela chega a cidade natal de Qunu para enterro (fOTO: afp)
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“Se
eu ou meu gabinete tivéssemos sido informados de que eu seria
bem-vindo, não há nada na Terra que me faria faltar.” Em Qunu, moradores
expressaram profunda afeição. “Viva a espírito de Nelson Mandela”,
cantou uma multidão em uma estrada perto da propriedade da família.
Khanyisa Qatolo, 28 anos, nasceu em Qunu e relatou ter participado das
festas promovidas por Mandela na casa da família quando era criança, na
década de 1990.
“Eu me lembro de seu
sorriso”, disse ela. “Sinto falta de seu sorriso.” Milly Viljoen, 43
anos, dirigiu 12 horas durante a noite com um amigo para ficar à beira
da estrada com vista para o complexo dos Mandela em Qunu. “É
dignificante vê-lo no seu lugar de descanso final”, afirmou.
Milly,
que era ativista estudantil durante o apartheid, viu Mandela pela
primeira vez quando ele apareceu diante de uma multidão na Cidade do
Cabo depois de ser libertado em 1990. Ela o conheceu mais tarde, quando
ele visitou a escola municipal onde ela dava aulas. “Você não podia
evitar amar este homem e se emocionar com todas as suas palavras”,
afirmou.