Mas e se alguém te dissesse que o Brasil está longe de ser um país realmente multiétnico? – e que a Copa do Mundo evidencia isto de uma maneira muito simples?
Em um texto publicado na última terça-feira no jornal inglês The Guardian o repórter Felipe Araújo faz uma reflexão sobre a torcida brasileira na Copa do Mundo: “Cobrindo a Copa do Mundo como jornalista me encontrei participando de um jogo similar ao ‘Onde Está Wally?’, o problema é que a pergunta agora era mais séria: onde estão todos os negros? Passei por cinco cidades-sede até o momento e em todas elas a pergunta para a resposta estava distante de ser respondida – eu até perdi lances de gol enquanto procurava por negros nas torcidas”.
Michael Dalder/Reuters
No texto, Felipe chega a algumas conclusões que são, infelizmente, ao mesmo tempo óbvias e estarrecedoras: “a resposta para este questionamento é óbvia e estarrecedora: “a maioria dos negros no Brasil são pobres. Diferente da África do Sul e dos Estados Unidos, não há uma classe média negra e, talvez ainda mais importante, não há uma classe política negra. Um ingresso para a Copa do Mundo tem seu preço fixado entre R$180 e R$1800, mas em um país onde o salário mínimo custa pouco mais de R$680 por mês, um ingresso para uma partida no Maracanã está longe do alcance popular”
Na publicação, Melo lembra que as partidas em que havia bastantes negros na torcida, eram partidas que envolviam países de origem africana – como Alemanha x Gana. O repórter lembra ainda que a questão racial no Brasil sempre foi mal resolvida e que o próprio astro da Seleção Brasileira, Neymar, já afirmou não ter sido vítima de racismo, “afinal, eu não sou negro, não é?”
O texto completo pode ser encontrado, em inglês, neste link.
Fonte: Brasil Post