CIDADANIA
UNESCO pede mais esforços para ampliar conscientização sobre História do tráfico de escravos
CIDADANIA UNESCO pede mais esforços para ampliar conscientização sobre História do tráfico de escravos
23 de agosto de 2013 · Destaque
Ilha de Gorée, Senegal, maior centro do tráfico de escravos entre os séculos 15 e 19. Foto: UNESCO/Dominique Roger
Marcando
o aniversário da primeira revolta de escravos bem-sucedida no Ocidente,
a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, disse nesta sexta-feira (23) que contar a história do tráfico de escravos é crucial para prestar homenagem aos combatentes da liberdade e “honrar suas contribuições para a afirmação dos direitos humanos”.
“Devemos ensinar os nomes dos heróis dessa história, porque eles são os heróis de toda a humanidade”, disse Bokova em mensagem para o Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição, que é comemorado anualmente em 23 de agosto – data da revolução haitiana liderada pelos escravos em 1791.
O
significado e as implicações desta história devem ser conhecidos por
todos e ensinados dentro e fora das escolas, por meio da mídia e na
arena pública, afirmou Bokova. “Que isso seja uma fonte de respeito e um
chamamento universal em prol da liberdade para as futuras gerações”,
acrescentando que, por meio de suas lutas, seu desejo de dignidade e
liberdade, os escravos contribuíram para a universalidade dos direitos
humanos.
A UNESCO tem desempenhado um papel de liderança na
promoção da compreensão e do reconhecimento do tráfico de escravos.
Desde a criação do projeto “A Rota do Escravo”
em 1994, a agência tem trabalhado para revelar a extensão e as
consequências do tráfico e retratar a riqueza das tradições culturais
africanas.
Por meio de debates e conversas, o projeto espera
criar entendimento mútuo, reconciliação internacional, estabilidade e
aumentar a conscientização sobre o assunto.
Os esforços do
projeto contribuirão para a Década Internacional dos Povos
Afrodescendentes, que começou este ano e pretende impulsionar
compromissos políticos em favor de pessoas com ascendência africana.
“O
tráfico de escravos não é apenas algo do passado: é nossa história e
tem moldado a face de muitas sociedades modernas, criando laços
indissolúveis entre povos e continentes, e transformando, de forma
irreversível, o destino, a economia e a cultura das nações”, observou
Bokova, afirmando que os heróis do passado também servem de exemplo para
dar continuidade à luta pelo fim do preconceito racial e das novas
formas de escravidão.
No início deste ano, a ONU honrou a
memória de aproximadamente 15 milhões de vítimas inocentes que sofreram
ao longo de quatro séculos como resultado do tráfico transatlântico de
escravos, destacando a situação dos 21 milhões que, de acordo com
estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ainda sofrem a brutalidade da escravidão moderna.
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