Fonte; Fundação Palmares
quarta-feira, 25 / setembro / 2013 by Ascom
Capital mineira recebe evento que vai mapear a cadeia produtiva do setor no país e refletir sobre a relação com economia criativa e a estética negra
Pegue um grande pote de barro e adicione pedras, sementes, madeira, verdadeiras esculturas feita com cabelos e toda a riqueza visual das tribos africanas. Misture tudo, acrescente doses generosas de cores vibrantes, palhas, búzios e respeito pelo sagrado. Tempere com doses de ritmo e alegria, e leve para assar em forno pré-aquecido pelo sol que brinda a Mãe-África.
O resultado dessa receita é a moda negra brasileira, que nos brinda com vestidos, túnicas, calças, macacões, turbantes e saias que mais do que vestir o corpo, expressam a afirmação e a valorização das culturas e identidades africanas presentes no Brasil.
Para refletir sobre essa temática,a Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), em parceria com aAssociação Nacional da Moda Afro-Brasileira (ANAMAB) e a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, realiza nos dias 24 e 25 de outubro, em Belo Horizonte/MG, o I Seminário – Moda, Estética Negra e Economia Criativa, que pretende também debater o mercado brasileiro de moda afro e a sua relação com a economia criativa e a estética negra.
De acordo com Lindivaldo Júnior, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP – MinC, a ideia de realizar o seminário surgiu a partir de uma demanda das produtoras de moda que sentiam há algum tempo a necessidade de se discutir a situação do mercado brasileiro da moda afro. Ainda segundo ele, o evento que acontece dentro da programação do Festival de Arte Negra – FAN-BH, é mais uma forma de subsidiar a construção de uma Política Nacional de Cultura Afro-brasileira.
“Embora existam algumas ações, em âmbito federal, que contemplem a cultura afro-brasileira, nós precisamos de uma política estruturada que atenda as necessidades da população”, afirma. “O conjunto de debates que a FCP tem realizado nas comemorações dos seus 25 anos são também uma forma de reunir materiais que vão contribuir para a construção dessa Política. A moda, que é uma das formas de expressar e representar a nossa cultura, também precisa subsidiar essa caminhada”, pontuou.
Mapeamento – O Seminário – Moda, Estética Negra e Economia Criativa também será uma oportunidade para realizar um mapeamento inédito no Brasil, que vai revelar o número de ateliês e estilistas de moda afro-brasileira e qual é a realidade desses produtores.
A Makota Kizandembu Kiamaza, uma das coordenadoras da ANAMAB, ressalta que a partir do mapeamento, será possível identificar a cadeia produtiva da moda afro-brasileira e quais posições são ocupadas. “A partir daí, vamos discutir porque a nossa moda não tem visibilidade no Brasil”, declara. “Quando se fala que a moda brasileira movimenta cerca de 30% da economia, é importante questionar porque as produtoras de moda afro não estão inseridas nesse contexto”, alerta a Makota.
Para participar do evento, que vai debater ainda sobre desenvolvimento sustentável e empreendorismo, os interessados devem acessar a ficha de inscrição preencher o formulário e enviar para os e-mails: 25anospalmares@palmares.gov.br e makotafan2013@noderosa.com.br. As vagas são limitadas.
Confira a programação completa do Seminário:
PROGRAMAÇÃO
Homenageadas: Makota Subukenã Kiamaza- MG e Maria do Carmo Valerio (Muene-SP)
24 de Outubro (Quinta-feira)
19h30 – Solenidade de Abertura com autoridades local e nacional
20h – Palestra “Desafios para uma política nacional para a cultura negra”
21h - Festa da Moda (Espaço Cultural 104)
25 de Outubro (sexta-feira)
Painéis temáticos
8h às 12h – Painel – História da Moda Afro-Brasileira e o Simbólico:
12h30 às 13h30– Almoço
14h às 16h– Mesa Redonda – Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável
16h30 às 18h30 – Painel – Inserção da Moda Afro-brasileira no Mercado