Seminário e Festival Internacional de Culturas Africanas e Afro-Brasileiras
de 30/10 à 02/11/2013
SÃO PAULO
XIV Alaiandê Xirê – São Paulo - 2013
Seminário e Festival Internacional de Culturas Africanas e Afro-brasileiras
de 30/10 à 02/11/2013
O Alaiandê Xirê – Festival Nacional de Alabês, Xicarangomas e Runtós
foi criado pelo Ogã e Babalorixá Roberval Marinho e pela Agbeni Xangô
Cléo Martins, membros do Ilê Axé Opô Afonjá – BA, sendo realizado
anualmente desde 1998 e seu patrono é o orixá Xangô. Tem por objetivo
debater questões diversas sobre os povos e comunidades tradicionais de
matriz africana com ênfase naquelas relacionadas aos músicos sagrados
dos candomblés de todas as nações.
O encontro já
foi realizado na Bahia, Recife e Brasília unindo membros dos candomblés e
reconhecidos intelectuais e acadêmicos de inúmeras universidades do
Brasil e do exterior. Neste ano, o orixá homenageado será Logunedé,
patrono do terreiro Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci onde se realizará o
encontro e contará com o apoio organizacional do Instituto Alaiandê
Xirê, CERNe (Centro de Estudos das Religiosidades Contemporâneas e das
Culturais Negras) do Departamento de Antropologia da Universidade de São
Paulo, Àgò Lònà Associação Cultural e Prefeitura de Embu das Artes.
Tema
“Origens, Tradições e Continuidades – Desafios da cultura afro-americana no século XXI”Data
30/10 – 2/11/2013
Local
Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci
Rua Monte Alegre, 126 – Jardim Pinheiros – Embu das Artes – SP
Instituto Alaiandê Xirê
Presidente:
Roberval José Marinho (Lojutogun do Ilê Axé Opô Afonjá, doutor em Artes
pela USP e professor da UCB) e Vice-presidente: Rita Virgínia Rodrigues
do Rio (Omorogba do Ilê Axé Opô Afonjá).
Comissão Organizadora do XIV Alaiandê Xirê (São Paulo)
Baba Ògúndáre (Anfitrião, sacerdote do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci)
Vagner Gonçalves da Silva (Prof. no Departamento de Antropologia da USP, Coordenador do CERNe)
Aulo Barretti Filho (Presidente e pesquisador da Funaculty e Bàbálórìsà Kétu (BA) reafricanizado. (SP))
Rosenilton Oliveira (Doutorando em Antropologia - USP)
Marcelo Mendes Chaves (Mestre em Artes - USP)
Pedro Neto (Àgò Lònà
Associação Cultural, membro do Núcleo de Relações Raciais, Memória,
Identidade e Imaginário do PEPG da PUC – SP e membro titular do
Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do CNPC-Minc)
Programação
30/10 - Quarta-feira
20h – Mesa de Abertura
Fala das autoridades, parceiros e apoiadores:
Roberval Marinho (Presidente do Alaiandê Xirê)
Baba Ògúndáre (Anfitrião, sacerdote do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci)
Aulo Barretti Filho (Comissão Organizadora)
Vagner Gonçalves da Silva (Comissão Organizadora)
Coordenação: Marcelo Mendes (Mestre em Artes - USP)
21h – Xirê
Terno de Alabês do Ilê Axé Opô Afonjá e da Casa Branca do Engenho Velho (Salvador - BA)
Editar esta entrada.
22h – Coquetel/Ajeum
Discotecagem com o DJ Eduardo Brechó (ritmos afro-brasileiros)
31/10 - Quinta-feira
9:30 as 10:30 h - Mesa 1 – Logunedé – Entre o Rio e a Floresta
Bàbá Ògúndáre (Bàbálórìsà do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci - SP)
Omoriyeba Silifatu Lasisi*Mopelola Osunfumike Oladejo*
(* Sacerdotisas responsáveis pelo culto de Logunéde em Ibadan na Nigéria)
Coordenação: Vagner Gonçalves da Silva (USP – SP)
Esta
mesa visa discutir a presença de Logunedé na tradição africana e
afro-brasileira. De que forma suas origens e ressignificações
brasileiras podem contribuir para a continuidade da cultura negra.
11h as 12:30 h - Mesa 2 – Religiões no espaço público
Rachel Rua Baptista Bakke (USP – SP)
Bàbá Paulo César Pereira de Oliveira (Centro Cultural Orunmilá – Ribeirão Preto/SP)
Coordenação: Teresinha Bernardo (PUC – SP)
Esta
mesa visa promover uma reflexão sobre a presença dos valores culturais e
religiosos afro-brasileiros fora dos templos. Ao mesmo tempo em que
estas religiões são atacadas elas também ganham visibilidade na mídia
(novelas que abordam o tema, por exemplo) e em outros espaços públicos. A
implementação da lei 10.639/2003 que obriga o ensino de história
africana e cultura afro-brasileira e indígena tem promovido muita
polêmica, sobretudo quando se fala das religiosidades de origem africana
que ainda são vistas com muito preconceito.
13 as 14:30 h - Almoço
14:30 as 16:00 hs - Mesa 3 - Convivência inter-religiosa
Vagner Gonçalves da Silva (CERNe/USP)
Aulo Barretti Filho (Pesquisador da Funaculty e Bàbálórìsà Kétu)
Ekede Ogunladê
Coordenação: Milton Bortoleto (CERNe/USP)
Esta
mesa visa promover uma reflexão sobre o crescente processo de
intolerância religiosa verificado em todo o Brasil e promovido,
sobretudo, pelas denominações neopentecostais contra as religiões
afro-brasileiras. Também falaremos das transformações positivas que esse
processo acarretou entre os quais a maior aproximação das tradições
afro-brasileiras entre si, rompendo muitas vezes rivalidades históricas
(entre a umbanda e o candomblé, por exemplo), a formação de movimentos
de conscientização e de reações aos ataques (como processos impetrados
na justiça denunciado os crimes relacionados à intolerância e
descriminação religiosa).
16:30 as 18:00 hs - Mesa 4 – O sistema oracular de Ifá: suas trajetórias e implicações
Ayoade Kazeem Adeleke (Babalaô nigeriano)
Tomás Fernández Robaina (Investigador y Professor Titular Biblioteca Nacional de Cuba)
Bàbá Ògúndáre (Bàbálórìsà do Ilê Afro Brasileiro Odé Loreci)
Coordenação: Rosenilton Silva de Oliveira (CERNe/NAU-USP)
Esta
mesa visa promover uma reflexão sobre o sistema oracular de Ifá, um dos
principais meios de ensino, aprendizado e organização das religiões
afro-americanas. Este sistema apresenta o principal corpus sobre a
cosmologia, cosmogonia, valores religiosos etc. que embasam a prática do
culto aos orixás na África e em sua diáspora pelo mundo. Neste sentido,
pretende-se avaliar as diferentes escolas ou tradições de Ifá
desenvolvidas ao longo das duas margens do Atlântico Negro
(principalmente em países como Nigéria, Cuba e Brasil) e o modo pelo
qual a crescente divulgação e prática deste oráculo impacta o
desenvolvimento do culto aos orixás nos moldes praticados pelas
tradições afro-americanas.
19 as 20 h - Jantar
20:30 as 21:30 hs - Atividade Cultural
Nega Duda e o Samba de Roda do Recôncavo da Bahia
1/11 - Sexta-feira
9:30 as 11:00 h - Mesa 5 – Religião e Políticas Públicas: Cultura e Patrimônio
Convidados a confirmar.
Coordenação: Rosenilton Silva de Oliveira (CERNe/NAU-USP)
Esta
mesa visa promover uma reflexão sobre as relações entre as comunidades
de terreiro e a sociedade mais ampla. Como se sabe entre as várias
políticas públicas adotadas pelos governos, sobretudo dos últimos 20
anos, estão o atendimento às demandas das comunidades negras em torno de
melhoria das condições de vida, relacionadas à saúde, à visibilidade
social, ao combate à discriminação sócio racial etc. Com isso, as
comunidades de terreiro têm sido fortemente chamadas a atuar como
agentes políticos por ser importantes centros de construção de
identidade voltados à memória e pratica de valores cognitivos de origem
africana. Tombamentos de terreiro e de manifestações culturais de
influência religiosa têm mostrado a presença e importância destas
comunidades neste processo.
11:00 as 12:30 h - Mesa 6 - Religião e Artes
Marcelo Mendes (USP)
Dilma de Melo e Silva (USP)
Coordenação: Roberval Marinho (UCB)
Esta
mesa visa promover uma reflexão sobre a importância das religiões
afro-brasileiras na construção da identidade nacional por meio da
produção artística. Como se sabe, essa religiosidade influenciou
fortemente a música popular brasileira (com gêneros musicais como o
samba), as manifestações festivas nacionais (como o carnaval, maracatus,
afoxés, festas de largo), a literatura (sendo Jorge Amado seu grande
divulgador), o cinema e as artes visuais, entre outros campos.
13:00 as 14:30 h - Almoço
14:00 h - Abertura do Festival
Toque de Ogum, Oxóssi, Xangô, Logunedé e Oxun.
- Terno de Alabês do Ilê Axé Opô Afonjá e da Casa Branca do Engenho Velho (Salvador - BA)
15h – 1ª Apresentações das delegações de tocadores (Alabês, Xicarangomas e Huntós)
- Terno de Muxiki N`Goma do Nzo Tumbansi Twa Nzaambi Ngana Kavungu (Itapecerica da Serra – SP) com Taata Kwa Nkisi Katuvanjesi
- Terno de Huntós da Casa das Minas de Thoya Jarina (Diadema – SP) com Nochê Sandra de Xadantã
18 h - “O Dobra Couro” (Homenagem aos religiosos falecidos)
- Hayde Bangbose (Terreiro Pilão de Prata - BA)
- Cidália de Iroko (Terreiro do Gantois - BA)
- Manode de Iansã (Terreiro de Candomblé de Santa Bárbara - SP)
- Waldemiro Baiano (Terreiro SP-RJ)
- Toy Francelino de Xapanã (Casa de Mina de Thoya Jarina - SP)
- Jorge de Iemanjá (Casa de Iemanjá - MA)
- Zefinha de Oxum (Terreiro de Oxum Mitaladê - SP)
- Persio de Xangô (SP)
- José Flavio Pessoa de Barros (RJ)
- José Carlos de Ibualamo (SP)
- Caio de Xangô (Axé Ilê Oba - SP)
- Doda de Ossaim (SP)
19:00 as 20:00 h - Jantar
20:00 hs - Atividades Culturais
Lançamento de livros, trabalhos, CDs, DVDs e outros materiais religiosos.
Lançamento do livro: Obàtálá e a Criação do Mundo Yorùbá de Luiz L. Marins
02/11 – Sábado
10 as 12 h - Roda de Conversa – I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana
Silvany Euclênio (Secretaria de Comunidades Tradicionais SEPPIR PR)
Kota Mulanji Mona Kelembeketa - Regina Nogueira (Médica e Coordenadora de Saúde da População Negra de Embu das Artes)
O
plano foi construído com base no Plano Plurianual (PPA 2012-2015) e
reúne um conjunto de políticas públicas que buscam a garantia de
direitos, a proteção do patrimônio cultural e da tradição africana no
Brasil. Além do enfrentamento à extrema pobreza com ações emergenciais e
de fomento à inclusão social produtiva e Desenvolvimento Sustentável.
A
SEPPIR coordena o grupo de trabalho responsável pela execução,
monitoramento e revisão do plano e que agrega os Ministérios do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Meio Ambiente, Saúde, Educação,
Cultura, Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, Fundação Cultural Palmares,
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
12 as 13 h - Almoço
13 as 16 h - 2ª Apresentação das delegações de músicos
- Terno de Alabês do Ilê Axé Omo Oxê Igba Aladan (São Paulo – SP) com Bàbálórìsà Toninho d'Oxum
- Terno de Xikarangomas do Manzo Nkisi Musambu (Carapicuíba – SP) com Taata Taua e Négua Buraji
16h às 17 h - Atividades Culturais
17 h às 18 h- Mesa de Passagem da Bandeira do Alaiandê Xirê
Entrega de troféu Alaiandê Xirê
Ritual de passagem da Bandeira do Alaiandê Xirê para a Instituição que irá sediá-lo em 2014
(por Nice da Casa Branca – Iyalare do Alaiandê)
19h - Jantar de Encerramento