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quinta-feira, 31 de março de 2011

Mãe Stella de Oxóssi agora é colunista de jornal

Foto: PSB.blogspot

quinta-feira, 31 / março / 2011 by Fernanda Lopes

Foto: PSB.blogspot

Mãe Stella de Oxóssi: cultura negra ganha voz direta nos meios de comunicação

Por Fernanda Lopes

No Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, o jornal A Tarde (Bahia) dá oportunidade à comunidade negra, em especial ao povo de Santo, de transmitir sua mensagem para todo o País. A cada 15 dias, a editoria de Opinião terá uma de suas colunas assinada pela ialorixá baiana Mãe Stella de Oxóssi. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, aplaudiu a iniciativa.

Mãe Stella é uma das mais destacadas guardiãs da cultura negra. E certamente irá transmitir ensinamento que reafirmarão a identidade da população negra brasileira, resume Eloi Ferreira.

Essa não é a primeira ação do jornal para a valorização da cultura negra. Anualmente, é publicado, no dia 20 de novembro, o Caderno da Consciência Negra, além das coberturas diárias dos temas raciais. “É a primeira vez, desde a fundação de A TARDE, em 1912, que uma ocupante do mais alto posto da hierarquia do candomblé se torna articulista de forma regular no periódico”, ressaltou jornalista Clediana Ramos no blog Mundo Afro.

PERFIL – Mãe Stella de Oxóssi é sacerdotisa do famoso terreiro Ilê Axé OpÔ Afonjá desde 1976, enfermeira, funcionária pública estadual e escritora; em 1980, fundou o Museu Ohun Lailai – o primeiro de um terreiro de candomblé; em 2001, ganhou o Prêmio Estadão, na condição de fomentadora de cultura; em 2005, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia (UNEB). É detentora das comendas Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), da Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e do Ministério da Cultura.

Prêmio Políticas Públicas e Equidade lança sua 3ª edição

ENSP, publicada em 30/03/2011

O Centro de Pesquisa em Administração Pública e Governo (CEAPG), da Fundação Getúlio Vargas, está promovendo a terceira edição do prêmio Políticas Públicas e Equidade: avanços práticos, um concurso de monografias para mestrandos e doutorandos ou recém-mestres e doutores, que tem por objetivo premiar ensaios que identifiquem, avaliem e discutam experiências de ação pública que contribuam efetivamente para a redução das desigualdades econômicas, sociais, políticas, de gênero e de raça/etnia.
Poderão concorrer ao prêmio brasileiros ou estrangeiros que tenham residência permanente no Brasil, que sejam estudantes de Mestrado e Doutorado e recém-mestres e doutores dos cursos de Administração, Antropologia, Ciência Política, Direito, Psicologia, Saúde, Arquitetura, Urbanismo, Serviço Social, Educação, Sociologia ou áreas afins.
Para se inscrever, o candidato deverá preencher a Ficha de Inscrição e encaminhá-la, junto com seis vias impressas, uma versão digital do trabalho e uma carta de autorização para publicação, à Coordenação do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo, pessoalmente ou pelo correio, com data de postagem até 2 de maio de 2011.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas

quarta-feira, 30 de março de 2011

Reunião da Comissão Permanente Semana Municipal da Umbanda e das Religiões de Matriz Africana 2011- Abre ção positiva do povo de axé guaibense

Reunião
Comissão Permanente e Impulsora da Semana Municipal da Umbanda e Religião de Matriz Africana
A reunião teve a participação de membros de Comissão Municipal da Umbanda e das Religiões de Matriz Africana  que  começou dispensando a rodada de apresentações, pelo fato dos religiosos  que já se reúnem há muito tempo. Em seguida Mãe Carmen de Oxalá, ao abrir a reunião parabenizou todos pela garra e o empenho durante o ano de 2010, que lutaram bravamente para o  fortalescimento do movimento religioso africanista e umbandista guaibense, que apareceu nas festividades em homenagem ao Pai Xangô com ALUJÁ na Pedra de Xango, III ª Xirê de Mãe  Oxum, ambas realizadas na Praia da Alegria. Salientou a necessidade de intensificarem as ações do  movimento religioso para que possam fechar o ano de 2011 com o mesmo êxito. Foi aberto  o momento para receber as manifestações dos presente, Mãe Bere de Oxum  diz “ que se depender de sua casa religiosa este ano será maior”,  Pai Ricardo acha que “devemos agregar mais casa de religião para  realizarmos a festa de Xango e Oxum”, Pai Roni elogia “a nossa comissão está evoluíndo e  principalmente pela a forma que viemos discutindo e tomando decisãoes coletivas”. Seu Afonso diz “o terreira de Mãe Nilza , todo estamos muito contentes em termos  participado, pela primeira vez , na construção da festa e sabe que precisamos contagiar mais terreiros para o movimento. Mãe Jane de Obá desculpa-se por não tido condições de participar devido aos problemas de saúde, Mãe Geni diz ter sentido falta de mais estruturas como arquibancadas “ não precisamos depender tanto da prefeitura“ .
O segundo Ponto da pauta
Mãe Carmen de Oxalá comentou sobre a  Comissão de acompanhamento da Pesquisa Sócioeconômica e Cultural, que ainda não obtiveram noticias da publicação dos dados, também partilhou o convite  que receberam dos componentes que representam o  municipio de Esteio para uma reunião naquele municipio.
Terceiro Ponto de Pauta
A Mãe Geni de Iemanjá diz que não devemos abrir mão do que viemos construíndo há 3 anos, que é montarmos o Cantinho Temático de Ogum , na praça da Bandeira. O representante da Flora Santa Bárbara Sergio, sustenta apoio da Flora e disponibiliza um brinde, um Banner para divulgação. Já o representante da Seara da Verdade Eterna Cacique Fernando acrescenta que estará de plantão neste dia mas,  encaminhará sua corrente espiritual. Imagem0138_1Mãe Jane de Obá , divide que  esta em tratamento  e talves não poderá participar mas reconhece a importância deste evento para o calendário africano e umbandista guaibense , e a  união das casas que compõem a Comissão são as responsáveis por construírem juntos e  com sagrificio, por isso não podemos  deixar passar em branco. Foi dividido tarefas para a realização. O Cantinho Temático de Ogum , dia 23 de abril de 2011. Realização as casas de umbanda e as que de Comunidades Tradicionais de Terreiros que compõe as Comissões Impulsora e Permanente, que dispõe de tempo e disposição de assumir o compromisso de acordo com suas disponibilidades nesta data. Presentes, Mãe Berenice de Oxum,Mãe Geni de Iemanjá,Cacique Fernando, Cacique Renata, Pai Roni de Ogum, Pai Ricardo de Ogum, Sergio quadros, Mãe  Jane de Obá, Afonso Machado –  Templo de Jurema coma observação da psicologa Debora Lucia de Souza.

Cantinho Temático de Ogum, Ato Cultural Político e Religioso de Combate à Intolerância aos Afro-religiosos" que acontecerá no dia 23 de abril  entre as 9hs as 17 hs na Praça da Bandeira, centro de Guaíba,RS, Brasil.

Maiores Informações

assobecaty@hotmail.com

Fone 30556655/ 97010303/84945770 

maecarmendeoxala@hotmail.com

terça-feira, 29 de março de 2011

1ª JUIZA NEGRA DO BRASIL LUISLINDA VALOIS

Depoimento Luislinda Valois - Viver a Vida - 05/05

Mulher, negra, iniciada em Candomblé, nordestina e determinada: essa é a juíza baiana Luislinda Valois

Março 10, 2011 por Dayane

 

“Sou filha de Iansã, sou pintada, raspada, uso minhas contas onde passo e defendo meus orixás em todos os espaços que Deus deixou no mundo.”(Fonte da citação: bahianoticias.com.br)

O professor pediu o material de desenho, a custo o pai de Luislinda conseguiu comprar um, meio remendado. Pois bastou o professor ver o material para magoá-la para sempre. “Menina, deixe de estudar e vá aprender a fazer feijoada na casa dos brancos”. Ela chorou, ainda se emociona quando relembra, 58 anos depois. Mas tomou coragem e retrucou: “Vou é ser juíza e lhe prender”. A primeira parte, ela cumpriu. Em 1984, a baiana Luislinda Valois Santos tornou-se a primeira juíza negra do País. Não à toa, também foi quem proferiu a primeira sentença contra racismo no Brasil. Em 28 de setembro de 1993, condenou o supermercado Olhe Preço a indenizar a empregada doméstica Aíla de Jesus, acusada injustamente de furto. Aos 67 anos, lança em agosto seu primeiro livro, O negro no século XXI.

Como foi sua infância? Imagino que não tenha tido muitos recursos…

Faça uma pequena ideia (risos). Minha mãe era lavadeira e costureira e meu pai era motorneiro de bonde. Minha infância foi miserável, mas meus pais sempre primaram pela educação e pela nossa saúde. Quando eu tinha 9 anos, estava começando a estudar, um professor pediu um material de desenho e meu pai, coitado, não pôde comprar o que ele pediu, mas comprou outro. Quando cheguei à escola, feliz da vida, ele disse: “Menina, se seu pai não pode comprar o material, deixe de estudar e vá aprender a fazer feijoada na casa dos brancos”. Imagine como foi marcante pra mim (chora). Saí chorando. Mas sou muito impetuosa. Voltei, fui em cima dele e falei: “Não vou fazer feijoada para branco, não. Vou é ser juíza e lhe prender”. Em casa, ainda tomei uma baita surra do meu pai. Naquela época, não se podia desrespeitar professor.

Começou a trabalhar cedo?

Com 7 anos, quis aprender datilografia e, para pagar o curso, minha mãe sugeriu que eu lavasse aquelas fraldas de pano que se usava na época. Aí fiz isso. Mas, trabalhar realmente, comecei com 14 anos, como datilógrafa. Comecei na Companhia Docas da Bahia e, logo em seguida, minha mãe tinha acabado de morrer, me arrumaram um trabalho no DNER (Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, hoje Dnit). Fui crescendo lá: trabalhei como escrevente, escriturária, chefe de orçamento. Estudei filosofia, não concluí, depois comecei teatro, mas meu pai não me deixou cursar, disse que era coisa de prostituta. Aí, um dia, decidi fazer direito. Já tinha uns 34, 35 anos. Me inscrevi e passei na Universidade Católica. Me formei aos 39 anos, no dia 8 de dezembro e, no dia 9, começaram as inscrições para o concurso de procurador do DNER. Passei em primeiro lugar no Brasil. Mas não pude assumir aqui.

Por que não?

A pessoa que passou em último também era daqui da Bahia. Como eu não tinha padrinho político, algumas autoridades me puseram numa sala e falaram: “Doutora, precisamos da sua vaga aqui. Vamos lhe oferecer Sergipe ou Paraná”. Aí falei: como vocês estão me mandando embora, vou logo para longe. Fui para o Paraná. Com 90 dias, o chefe da procuradoria de lá se aposentou e fui designada para a vaga dele. Morei lá quase 8 anos.

Li que, antes de estudar direito, a senhora participou de um concurso de beleza. Como foi isso?

Trabalhava no DNER, tinha uns 20 anos, e um dia me chamaram na diretoria e falaram: “estão abrindo um concurso da Mais Bela Mulata e você vai ser a nossa miss” (risos). Aí eles foram falar com meu pai. Era de maiô e tudo, imagine… Meu pai ficou bastante reticente, mas por fim pediu a seu Rangel, que era o chefe do administrativo, para assinar um documento se responsabilizando pela minha integridade física (risos). A integridade física da época era a tal da virgindade, a preocupação era essa. Teve várias etapas. As mais importantes foram no Forte de São Marcelo e na Rua Chile, que era o point. Ganhei como Miss Simpatia.

E como se tornou juíza?

Estava em Curitiba e vim de férias para cá, soube do concurso pelo jornal A TARDE, que meu pai comprou. Falei: pronto, é agora. No dia seguinte, fiz a inscrição e as provas. Aí, uma noite, o telefone tocou e a menina disse que eu tinha sido aprovada. Acordei meia Curitiba, né? (risos). O fato de ser a primeira juíza negra do Brasil só me dá responsabilidade. Até hoje só temos dois ministros negros nos tribunais superiores. Por que isso? A inteligência não é privacidade de nenhuma raça. Até porque só existe uma raça, a humana. Ser juíza não é difícil. É só ter bom senso, estudar de manhã, meio-dia, de tarde e de noite e gostar de lidar com gente. Não pode pensar que, só porque o cidadão é marginal, ele já merece estar enclausurado. Primeiro se vai ver por que aquele sujeito virou marginal. A sociedade é quem escolhe quem vai delinquir. E te digo mais: nesse momento, a sociedade escolheu que é o negro, pobre, jovem, da periferia. Na hora que se tem de condenar, se não tiver a quem condenar, se condena o negro, mesmo que ele ainda esteja no ventre da mãe.

A senhora falou que não é “porque o cidadão é marginal que já merece estar enclausurado”. A sociedade espera uma resposta, de todo modo.

A sociedade não colabora para que as pessoas não cheguem a delinquir. O que é que se tem de dar? Oportunidades. Primeiro, educação de qualidade e continuada. Imagine uma pessoa que tem oito, dez filhos, se depara uma manhã sem ter o pão para alimentar seus filhos. Se não tiver muito equilíbrio, faz bobagem.

Já se viu diante de um caso desse? Como a senhora agiu?

Já, no interior. Resolvi da seguinte forma: fui até o prefeito e consegui um serviço de jardinagem para ele. A pena que dei foi que, com o primeiro salário, ele pagasse o que tinha pego. Nunca mais ouvi falar que esse rapaz fizesse nada de ilegal. Digo sempre o seguinte: se tiver eu e uma loira juntas, o que sumir primeiro, fui eu que peguei. É sempre o negro que é o delinquente de hoje.

No seu trabalho como juíza, ainda sofre muito preconceito?

Sou a sétima juíza mais antiga do Estado e nunca consegui ser convocada para o Tribunal. Me sinto preterida. Tenho certeza de que já era para eu ser desembargadora há muito tempo, preencho todos os requisitos. Para se saber o que é racismo, é só ficar negro por 48h. Certa vez, no juizado de Piatã, aproveitei o tempo para arrumar uns processos. Chegou uma advogada e falou: ‘O juiz vem hoje?’. Eu aí fiz um sinal para a moça não dizer que era eu. A advogada ficou lá, reclamando que juiz nunca chegava na hora, coisa e tal. Na hora da audiência, subi, pus a toga e, quando ela me viu, não acertou fazer nada. Tive de adiar a audiência. Falei: ‘Tenha paciência, a senhora toma um chazinho de erva-cidreira e, amanhã, nós continuamos’. Precisa maior racismo do que esse?

A senhora proferiu a primeira sentença contra racismo no Brasil. Como foi a repercussão do caso?

Me lembro bem. Aíla Maria de Jesus foi a um supermercado e quando estava saindo, o segurança a humilhou, disse que ela tinha posto na bolsa um frango congelado e dois sabonetes. Ela falou que, se ele chamasse a polícia, ela abriria a bolsa. Aí, a polícia chegou e viu que não tinha nada. Na época, a repercussão foi que o feitiço virou contra o feiticeiro (risos). Comecei a receber ameaças, o pessoal ligava para a minha casa dizendo: “Onde é que essa negra faz supermercado?” Fiquei com medo e pedi afastamento, resolvi voltar para Curitiba. Aí fui ao banco com meu filho, me sentei e ele foi resolver as coisas para mim. Passou um tempo o segurança ficou me olhando, depois veio outro, depois veio o gerente. E eu lá sem saber o que fazer. Pensei: se eu me mexer para pegar minha carteira de juíza, eles podem pensar que eu estou armada e me matar. Quando meu filho voltou, criei alma nova. Ele falou: “O que é isso com minha mãe?”. E o gerente respondeu: “Ela ficou muito tempo aí sentada”. Chorei a tarde inteira.

No livro O negro no século XXI, a senhora diz que “a Justiça é inacessível ao negro pobre”. A senhora é uma das idealizadoras do Balcão de Justiça e Cidadania, que atende moradores das periferias. Isso vem melhorando?

Sim. Criei o Balcão de Justiça e Cidadania, o Justiça Bairro a Bairro, Justiça Itinerante da Bahia de Todos-os-Santos e o programa Justiça, Escola e Cidadania, para levar a Justiça às escolas públicas. Recebi em Brasília, em 2006, o Primeiro Prêmio de Acesso à Justiça, pelo trabalho desenvolvido pelo Balcão. A ideia é resolver conflitos pela mediação, inclusive divórcios, separações, pensão alimentícia, que são os casos mais frequentes. As pessoas acham que, para ir até a Justiça, têm de estar com uma roupa muito arrumada, mas não precisa nada disso. Hoje, trabalho no juizado da Unijorge, que eu implantei.

Por que a Justiça na Bahia é uma das mais lentas no Brasil?

Primeiro, temos um número pequeno de magistrados e um número inaceitável de desembargadores. No Paraná, que é bem menor que a Bahia, são 120 desembargadores. Aqui, são apenas 35. É humanamente impossível. E a falta de recursos colabora bastante negativamente.

O movimento negro muitas vezes pleiteia políticas específicas, como as cotas. Isso não fere a Constituição, que diz que “todos são iguais perante a lei”?

Não se pode igualar os desiguais. Tudo que é inferior é encaminhado ao negro. As cotas são importantes, mas não permanentemente, porque senão parece esmola. É enquanto se equipara o ensino público e privado. O problema é que a qualidade da escola pública não melhora.

A maioria das vítimas de homicídio em Salvador são jovens negros. Qual é a parcela de responsabilidade da Justiça? Há apenas duas varas do júri para julgar esses casos.

Depois da visita a presídios, resolvi criar um projeto: Inclua no trabalho e na educação e exclua da prisão, para ocupar os jovens da periferia. A televisão fica com aquele ‘compre, compre, compre’. O adolescente vê um tênis e quer adquirir, seja como for. Pai e mãe também não têm condições, saem para trabalhar, deixam o menino sozinho. O que acontece? O traficante vai e coopta. O poder público é culpado por não dar condições para as famílias terem uma vida mais digna. Isso tudo vai desaguar no Judiciário, e falta estrutura.

No livro, a senhora também fala sobre aborto. É a favor da descriminalização?

Acho que se trata o assunto olhando somente a mulher pobre. A mulher rica faz aborto a todo instante, mas isso não vem a público, ela não morre, nem é presa. Acho que tem de deixar de ser crime, sim. Ninguém aborta porque quer.

A senhora é de santo, e o pastor Márcio Marinho, da Igreja Universal, assina a contracapa do seu livro. Como é a relação de vocês?

Me criei no candomblé, sou filha de Iansã. Acho que, primeiro, não se deve olhar a religião da pessoa, mas sim quem ela é. Já fiz parcerias com a Igreja Universal, e eles sempre cumpriram o papel deles.

Texto Tatiana Mendonça tmendonca@grupoatarde.com.br

Fotos Rejane Carneiro rcarneiro@grupoatarde.com.br

Fonte: Revista Muito #69 (26 de julho de 2009)

Entrevista extraída do blog: rogerioalcazar.wordpress.com

Fonte do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=bAhGu8utIkc

A cantora Preta Gil reage ao Racismo explícito


A cantora Preta Gil reage: " Sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento, conto com o apoio de vocês".

 

Salvador - Revolta e indignação. Essas são as palavras que resumem a reação de entidade negras às declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ), no programa CQC, da TV Bandeirantes, em resposta a uma pergunta da cantora Preta Gil, ofensivas a toda a população negra brasileira. Leia mais

No quadro “O Povo quer saber” do programa levado ao ar nesta segunda-feira (28/03), ao ouvir uma pergunta da cantora, filha do ex-ministro Gilberto, considerou “promiscuidade”, a possibilidade a possibilidade de um homem branco se apaixonar por uma mulher negra. “Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”, declarou Jair Bolsonaro.
O deputado é considerado porta-voz da extrema direita militar e no programa considerou-se admirador de todos os generais que assumiram à Presidência no período da ditadura, incluindo, Médici, Figueiredo e Geisel. Tem expressado posições racistas e homofóbicas.
A apresentadora disse que vai processar Bolsonaro e escreveu no seu Twitter: "Advogado acionado!. Sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento, conto com o apoio de vocês. Quando gravei o quadro pro 'CQC', a produção me pediu que fizesse uma pergunta ao deputado Jair Bolsonoaro. Fiz a pergunta, e não vi a resposta dele", contou Preta pelo microblog.
Também a vereadora Olívia Santana, do PC do B, da Bahia, disse que as declarações de Bolsonaro configuram ato explícito de discriminação racial. “Estas declarações representam o posicionamento reacionário deste deputado. O que ele faz em Brasília é um desserviço para a Nação. Não vamos permitir que esta atitude discriminatória passe impunemente. Racismo é crime e o deputado deve ser penalizado por isso. Falo isso, como cidadã e mulher negra” ,afirma Olívia, integrante da comissão de Reparação da CMS e uma das fundadoras da UNEGRO – União de Negros pela Igualdade, corrente política dos militantes filiados ou ligados ao PC do B.
A vereadora acionou sua assessoria jurídica e disse que está tomando todas as providências necessárias para entrar com representação no Ministério Público contra o deputado. “Ele não ofendeu apenas Preta Gil, e isso já seria o bastante, mas todas as mulheres negras deste país. Ele deve ter o seu mandato cassado, já que quebrou o decoro parlamentar e cometeu um crime em rede nacional. Utilizou uma concessão pública para ofender toda nação brasileira”, destacou a vereadora.

Religiosos do Rio Grande do Sul recebem visita da Ministra Luiza Bairros

Ministra Luiza Bairros no FORMA RS

Cumprindo agenda no Estado, a ministra  Luiza Bairros  da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial foi recebida com muita expectativa pelo  FORMA -RS  Fórum de Religião   de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar-  RS, na segunda dia ( 28 )  .

a a coordenadora da Diversidade Cultural da Secretaria de Cultura do RS, Gislaine Teixeira Campos,  coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do RS, Sandra Helena Maciel, representando a Comissão de acompanhamento da pesquisa socioeconômica e cultural  das comunidades tradicionais de terreiros  e ASSOBECATY- Mãe Carmen de Oxalá , Yalorixá Vera Soares Coordenadora do FORMA – RS, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza de Bairros, que veio dialogar e conhecer a realidade das comunidades de terreiros do estado do Rio Grande do Sul e  a secretária de Políticas para Comunidade Tradicionais da SEPPIR, Ivonete Carvalho.

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A ministra Luiza Bairros  conheceu o trabalho do FORMA- RS, da Comissão de acompanhamento da pesquisa , assim como dos demais que contribuiram na apresentação das especificidades  e necessidades da religião da matriz afrogaúchas. Durante seu discurso,  demonstrou ter uma postura não muito favorável  em aumentar o número de cestas alimenticias, destacou que existe uma avaliação do governo federal com relação as politicas emergênciais, que  estarão priorizando  a   potencialização das politicas estruturantes  que deverão ser implementadas para  o desenvolvimento sustentável das comunidades Tradicionais de Terreiros do Brasil.

segunda-feira, 28 de março de 2011

QUEM É A NOSSA MINISTRA LUIZA BAIRROS

Nº 01- 28 de março ano  2011 -Guaíba- RS -Brasil

 
Luiza Helena de Bairros nasceu a 27 de março de 1953 em Porto Alegre (RS). Filha do militar Carlos Silveira de Bairros e da dona de casa Celina Maria de Bairros. Sempre foi estimulada pelos pais quanto a sua formação. Não causou estranheza a seus familiares quando começou a envolver-se com as questões raciais, pois no período de colégio sempre fazia parte de grêmios e na universidade pertencia a diretórios acadêmicos, demonstrando um forte interesse pela militância estudantil. E foi na universidade, a partir de um amigo participante do diretório acadêmico, que teve seu primeiro contato com informações sobre os movimentos sociais americanos e ao conhecer o material dos Panteras Negras, ficou ainda mais entusiasmada com o caminho que estava traçando para sua luta política.

No início de 1979, participa da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, ocorrida em Fortaleza. Foi impactada pela presença de inúmeros integrantes do Movimento Negro de várias regiões brasileiras, quando trava um contato mais próximo com o pessoal do Movimento Negro Unificado da Bahia e resolve muda-se para Salvador, no mês de agosto do mesmo ano.

Bacharel em Administração Pública e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com conclusão em 1975; Especialista em Planejamento Regional pela Universidade Federal do Ceará concluindo em 1979; Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em Sociologia pela Michigan State University no ano de 1997.

Com toda esta qualificação trabalhou entre 2001 a 2003 no programa das nações Unidas para o Desenvolvimento/PNUD na coordenação de ações interagenciais e de projetos no processo de preparação e acompanhamento da III Conferência Mundial Contra o Racismo – relação Agências Internacionais/Governo/Sociedade Civil. Entre 2003 a 2005 trabalhou no Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional – DFID, na pré-implementação do Programa de Combate ao Racismo Institucional para os Estados de Pernambuco e Bahia. Entre 2005 a 2007 foi consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, para questões de gênero e raça como coordenadora do programa de combate ao Racismo Institucional – PCRI na Prefeitura da Cidade do Recife, Prefeitura Municipal de Salvador e Ministério Público de Pernambuco.

Entre 1976 e início da década de 1990 esteve envolvida em pesquisas relevantes para o conhecimento e combate do racismo no Brasil e nas Américas, como por exemplo sua participação na coordenação da pesquisa do Projeto Raça e Democracia nas Américas: Brasil e Estados Unidos. Uma cooperação entre CRH e a National Conference of Black Political Scientists/NCOBPS.

Enquanto docente trabalhou na Universidade Católica de Salvador, Universidade Federal da Bahia/UFBA, dentre outras. Foi organizadora de alguns livros memoráveis e autora de vários artigos e dossiês. Coordenou diversos eventos na área do combate a discriminação racial.Dona de uma trajetória respeitável, Luiza é reconhecida como uma das principais lideranças do movimento negro no País. Faz parte dos grupos de estudiosas/os e ativistas que contribuem e lutam para a superação do racismo e sexismo e esteve nas últimas décadas à frente de inúmeras iniciativas de afirmação da identidade negra na sociedade brasileira.

Pesquisadora na área de políticas públicas para população afro descendente, sempre trabalhou em prol da redefinição de novos caminhos para as mulheres negras, apresentando e sugerindo propostas em políticas voltadas para a igualdade racial e de gênero. Coroando esta trajetória no dia 8 de agosto de 2008 tomou posse como titular da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial da Bahia – Sepromi.

Fonte: Site Mulher 500 anos/ Blog de Bernardes Comunicação

Foto: Agecom/Gov. da Bahia


 

domingo, 27 de março de 2011

3º Encontro Nacional Petista

cartaz


“OS POVOS ESTÃO MOSTRANDO,
É QUE É POSSÍVEL MUDAR O
CURSO DA HISTÓRIA”

Contribuição ao 3º Encontro Nacional do Diálogo Petista apresentado na Reunião Preparatória no Recife, em 17.03.2011, com 35 petistas
Veja mais na

 

Veja mais na Revista CONEXÃO AFRO  http://conexaoafro.wordpress.com

ELEIÇÕES DO FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO DO RS

CONEXÃO AFRO

Companheirada,

Por isso me orgulho deste Estado e dos companheiros e companheiras com quem eu
milito.
Isso se chama transparência.
Todos e todas que, de fato, tem compromisso com nossos ideais de uma ERER
efetiva e duradoura devem participar deste processo.
É participando da construção das ações que deixamos de falar em "eu" para falar
em "nós".
Parabéns compnheiros (as) do Fórum Permanente do RS

Luiz Mendes
Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial do RS


FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE ETNICORRACIAL/RS
Edital de Convocação Eleitoral.

O Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial/RS, por meio
deste Edital, convoca a Todos os interessados para participar do processo de
Eleição de sua Coordenação Colegiada, conforme § 2º do Art. 12 do Regimento
Interno, para o Biênio 2011/2013.

No dia 09 de julho de 2007, das 08 horas às 18 horas, a realizar-se no
Plenarinho da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, na Praça Marechal
de Deodoro, 101, Centro, Porto Alegre/RS.

Informações deverão ser solicitadas pelo:

1. E-mail: <mailto:forumdiversidaders@gmail.com>
forumdiversidaders@gmail.com
2. Fone: 51.32887606 - Evelize
3. Fone: 51.91792404 – José Antonio
Anexo o Regimento do Fórum Permanente de Educação e Diversidade
Etnicorracial/RS.
Porto Alegre, 21 de março de 2011.

WALDEMAR MOURA LIMA
Coordenador


José Antonio dos Santos da Silva
Coordenador Adjunto
51.91792404
53.99491618
www.joseantoniodossantosdasilva.blogspot.com
Ubunto.

quarta-feira, 23 de março de 2011

PERDA DO CANDOMBLÉ DO BRASIL !!!

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FALECE NO RIO DE JANEIRO O GRANDE PERCUSSOR DO DJEDJÊ, DOTÉ ZEZINHO DE BOA VIAGEM.  Leia matéria na integra na Coluna Rouxinol de Egbomy Conceição Reis de Ogum, na  Revista Online Conexão Afro

terça-feira, 22 de março de 2011

Núcleo de Parlamentares Negros DESTAQUE PARA AS MULHERES NEGRAS

Ministra Luiza Bairros – SEPIR

Ministra da Igualdade Racial Luiza Bairros

O Núcleo de Parlamentares Negros promoveu nesta terça-feira o seminário “Os direitos dos Quilombolas no Ordenamento Jurídico Brasileiro e Internacional”. Ao final do evento foi lançada a Frente Parlamentar Mista da Igualdade Racial em Defesa dos Quilombolas.

Créditos/ Câmara Hoje
Paula Medeiros - repórter

 
Máe Flavia Pinto - RJ

segunda-feira, 21 de março de 2011

Iº FÓRUM DA IGUALDADE

CUT e Coordenação dos Movimentos Sociais promovem Fórum da Igualdade

Mar 17th, 2011 by Marco Aurélio Weissheimer.

Do site da CUT-RS

A CUT-RS e a Coordenação dos Movimentos Sociais do Rio Grande do Sul realizarão o “I Fórum da Igualdade: uma outra comunicação é necessária” nos dias 10,11 e 12 de abril de 2011, no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa/RS. Nesta primeira edição, o Fórum da Igualdade debaterá a democratização dos meios de comunicação e o marco regulatório. O evento tem como objetivo ser um contraponto ao Fórum da Liberdade.

A democratização da comunicação, a liberdade de expressão e o fim do monopólio dos meios de comunicação no Brasil serão temas a serem debatidos pelos painelistas. Além disso, serão discutidos temas como o marco regulatório para o setor de comunicação no país e a implantação dos Conselhos Estaduais de Comunicação.

Para a CUT-RS é urgente a atualização da legislação para assegurar a liberdade de expressão e a democratização do direito à comunicação. Segundo o presidente da CUT, Celso Woyciechowski, “Estamos muito atrasados nos aspectos da comunicação no Brasil. Temos uma legislação que data de 1962. Desde então, ocorreram profundas transformações no campo das comunicações no Brasil e no mundo e não podemos mais permanecer assim”.

A partir de uma nova legislação, construiremos um projeto de lei que tramite pelo Congresso Nacional, seguindo todas as instâncias legítimas e democráticas que a sociedade brasileira acata e respeita. Regulação representa desenvolvimento, informação, igualdade a diversidade regional e respeito às minorias. Para tanto, a Central Única dos Trabalhadores está convidando painelistas e debatedores de renome nacional e internacional para contribuir com o debate proposto nesta primeira edição.

O Fórum terá 3 grandes painéis:

1- DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E O MARCO REGULATÓRIO
2- DEMOCRATIZAÇÃO DA DEMOCRACIA: Existe Liberdade sem Igualdade?
2- PAPEL DO ESTADO E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.

Além disso, ocorrerão oficinas autogestionárias, que debaterão:

- A blogosfera progressista e o AI-5 da internet
- Mundo do trabalho e imprensa sindical
- Reformas Estruturais (política, tributária, previdenciária, urbana, agrária, …)
- 600 propostas da Conferência Nacional de Comunicação 2010
- O Fim do Jornal Impresso
- Rádios comunitárias /Rádios WEB/Digital
- Charges
- Jornal Boca de Rua
- Movimento Rock and Roll e comunicação (Jakobasko)
- Implantação do Conselho Estadual de Comunicação (Sind. Jornalistas)

- NOMES CONFIRMADOS:

- Bia Barbosa (Intervozes)
- Vera Spolidoro (Secom RS)
- Celso Schroeder (Presidente da FENAJ)
- Marcelo Branco (Softwarelivre.org)
- Pedrinho Guareschi (Prof. UFRGS)
- João Pedro Stedile (MST)
- Altamiro Borges (Site Vermelho)
- Vito Giannotti

Nova York - Makota Valdina, líder do Candomblé na Bahia,

Candomblé Resistência

Y.Valentim

Nova York - Makota Valdina, líder do Candomblé na Bahia, foi um dos principais nomes do Simpósio “Thread of African Spirituality In The Americas Candomble – Tradition Of Brazil”. Nosso correspondente, Edson Cadette, estava lá. Leia Mais

No Simpósio, que em tradução livre para o Português quer dizer "A linha da Espiritualidade Africana no Candomblé das Américas – Tradição do Brasil”, realizado na semana passada pelo Centro Cultural Caribenho, no Harlem, a líder religiosa (foto) falou da experiência da religião na Bahia e no Brasil e da perseguição movida por setores evangélicos neopentecostais.

Na entrevista, Makota Valdina (Valdina de Oliveira Pinto) disse que a sociedade brasileira é racista e fez um relato da resistência das religiões de matriz africana à intolerância religiosa. "No dia em que a sociedade brasileira se entender como diversa, como plural, e que, nós negros, somos portadores de um legado deixado pelos seres humanos que foram escravizados, mas que deixaram cultura, deixaram história, eu acho que, aí, também, o Candomblé será respeitado da mesma maneira que as demais religiões", afirmou.

Veja, na íntegra, a entrevista concedida por Makota Valdina ao correspondente de Afropress em Nova York.

Afropress - A senhora poderia dizer aos leitores da Afropress qual é o seu nome e sua procedência no Brasil?

Makota Valdina - Meu nome é Valdina Oliveira Pinto. Entretanto, no Brasil, na Bahia mais especificamente, me conhecem como Makota Valdina. Makota é o titulo religioso que eu tenho porque sou do Candomblé, da Nação Angola, e na comunidade baiana me conhecem mais por este título, por causa de palestras e encontros que faço na Bahia e também no exterior.

Afropress - Há quanto tempo a senhora pratica a religião do Candomblé?

Makota Valdina - Na realidade, o Candomblé faz parte da minha vida desde de criança. Minha mãe era do Candomblé. Entretanto, fui iniciada adulta, a partir de 1975.

Afropress - Existe na Bahia um preconceito contra as religiões de matriz africana?

Makota Valdina - Não somente na Bahia, mas em todo o Brasil. Porque o Brasil é racista. O Brasil tem uma sociedade racista, preconceituosa e que discrimina tudo quanto vem da cultura negra. Atualmente, nós afro descendentes, temos conquistado alguns espaços, não só culturalmente, na nossa história, mas também na nossa forma de espiritualidade trazida com os africanos escravizados.

E hoje em dia, no Brasil, nós temos lutado muito porque a partir da década de 1970 houve essa “invasão” dos protestantes neopentecostais, e temos que lutar contra a intolerância deles. Há um movimento muito grande das comunidades de terreiros das religiões de matriz africana de um modo geral, não somente do Candomblé, mas também da Umbanda, Batuque, Quixamba etc., no sentido de afirmação, lutando contra o racismo e preconceito contra a nossa religiosidade, nossa forma de crença.

Porque o Candomblé, para nós, vai além de uma forma de espiritualidade, é uma forma de resistência também. E a gente luta hoje contra esta intolerância, não somente na Bahia, mas em todo o Brasil.

Afropress - O Estado na Bahia protege a religião do Candomblé, ou os seus adeptos tem que se autodefenderem deste racismo, deste preconceito? O Estado baiano defende esta forma de religião ou não?

Makota Valdina - Veja, na realidade nós sempre lutamos, o movimento negro, as comunidades religiosas. Agora, esta mais evidenciado, porém , nós temos tido mais apoio dos órgãos públicos, especialmente, a partir da administração do Governo Lula. Isto foi uma grande conquista. Realmente a partir do Governo Lula que deu voz , deu espaço para todas as expressões de religiosidade negras, indígenas etc. Entretanto, a sociedade é muito racista, a sociedade ainda rejeita estas religiões.

A sociedade ainda conserva o ranço, a gente tem que lutar por isto. Não basta ter uma lei, não basta ter vontade do Governo, mas é preciso que as pessoas na sociedade brasileira se abram.

O que eu noto é que, à medida em que a gente vai ocupando esses espaços, à medida em que a gente está tendo liberdade para ser aquilo que a gente é, para falar etc. a sociedade brasileira também mostra sua cara racista. E mostra também suas expressões de preconceito.

Afropress - Qual é a porcentagem, a senhora diria, de adeptos da religião do Candomblé na população, em geral, e na Bahia?

Makota Valdina - É difícil de dizer. Eu realmente não sei te dizer em números ou porcentagem porque muitas vezes, muita gente é adepta do Candomblé, mas não assume a religião em público. Agora é que está tendo esta abertura, e as pessoas estão dizendo abertamente.

Até bem pouco tempo as pessoas praticavam o Candomblé, mas diziam que eram católicas. Elas não tinham a prática do catolicismo. Elas tinham a prática diária do Candomblé. Entretanto, ela foi batizada católica um dia porque tinha de ser. As pessoas estão fazendo questão agora de afirmar sua prática. Porém, não podemos perder de vista das muitas pessoas influenciadas pela corrente protestante do neopentecostalismo e a corrente evangélica.

Afropress - A senhora diria então que um dos problemas que o Candomblé enfrenta como religião é o de aceitação por parte dos neopentecostais?

Makota Valdina - Principalmente. Atualmente, o maior problema que nós, adeptos do Candomblé enfrentamos, é o desta corrente neopentecostalista, e de muitos afro-descendentes adeptos também desta e outras variantes da religião protestante.

Não é que você deva ser adepto do Candomblé, ou de qualquer outra religião de matriz africana por ser afro-descendente. Mas você, enquanto afro-descendente, tem que afirmar sua identidade. Você tem que ter orgulho de sua raça. Você tem que ter orgulho de suas histórias. Tem que ter orgulho de sua ancestralidade. Seja você católico, budista, islamita, cristão etc. Mas você não pode negar sua identidade.

É um grande perigo que eu tenho visto ultimamente. E o que eu acho real, é esta alienação dos negros que fazem parte destas igrejas neopentecostais, evangélicas etc, sobretudo a Igreja Universal Do Reino de Deus. Eles negam sua cultura. Há, no Brasil, a lei para o aprendizado sobre a cultura africana e afro-brasileira nas escolas públicas. E muitas vezes alguns pais, e alguns adeptos destas religiões se recusam a estudar a cultura afro-brasileira e a cultura africana. E colocam tudo isto como sendo de Satanás, ou do Demônio. Isto realmente é muito mal.

Afropress - O ano passado houve um incidente na Bahia envolvendo uma mulher adepta da religião do Candomblé. Ela foi presa pela polícia do Estado e, ao que se sabe, até mesmo jogada num formigueiro pelos soldados para que o demônio saísse de seu corpo. Depois ela recontou sua história. Ela disse que não foi bem isso o que aconteceu. A senhora poderia explicar aos leitores da Afropress o que realmente aconteceu?

Makota Valdina - Eu não sei. Não posso explicar uma coisa que não presenciei. Não vivenciei, e nem mesmo falei com a pessoa. Mas, estas expressões de ataques desta maneira são fatos corriqueiros que pessoas tem sofrido, não é? Às vezes até evangélicos que trabalham em órgãos públicos, e o que a gente observa é que nesses ataques, as pessoas se valem de sua posição. E elas agem em nome de suas religiões. Agora, o caso desta mulher, desta Mãe de Santo, ocorrido no sul da Bahia, em Ilhéus, eu não conheço. Não a conheço pessoalmente, nem tampouco tive contato com ela. O que eu sei é de leitura de jornais. Então, não posso fazer uma afirmação de algo que não acompanhei de perto.

Afropress - Por que a senhora está aqui em Nova York?

Makota Valdina - Na verdade, vim para Denver, no Colorado. Fui convidada pela Universidade de Denver, através do Departamento de Estudos Étnicos para falar sobre o Candomblé e a espiritualidade afro-brasileira. Isto ligado às questões étnicas e às questões das lutas por justiça racial. E eu já havia estado aqui antes em Nova York. E algumas pessoas que estiveram em Salvador, e presenciaram uma das minhas palestras, e sabendo que eu estava aqui nos EUA, fizeram o convite para eu vir até o Centro Cultural Caribenho para compartilhar um pouco com as pessoas o que é o Candomblé.

A importância do Candomblé, não somente enquanto religião, mas também para os movimentos sociais negros, para a justiça social, ambiental, e para falar também sobre a interligação com outras expressões de religiosidade da Diáspora.

Afropress - A senhora acredita que com mais esta visita, irá trazer um conhecimento melhor sobre o Candomblé aos afro-americanos, porque eles não tem ainda um grande conhecimento sobre esta religião afro-brasileira?

Makota Valdina - Algumas pessoas tem, sim, o conhecimento sobre o Candomblé. Algumas que praticam a religião via Cuba, como a Santeria, Lucumi, e Palomaiomibi. Eles têm um pouco de noção. E alguns até, à titulo de estudo, estudam um pouco disto também. Eu só vou contribuir, talvez, para algumas pessoas aqui que praticam a Santeria do tipo Lucumi, e Palomaiomibi, que nós afro-descendentes no Brasil também temos esta forma de religiosidade. Na verdade, uma das formas. Eu vou falar de uma das formas que é minha prática, o Candomblé.

Afropress - O que falta para o Candomblé ser uma religião respeitada no Brasil como um todo?

Makota Valdina - O que falta no Brasil, é que a sociedade brasileira cada vez mais seja menos racista. E para mim está ligado a isto. No dia em que nós erradicarmos o racismo da sociedade brasileira, e que os brasileiros se vejam, aqueles brasileiros que muitas vezes se acham brancos, os não negros que se acham brancos, que eles vejam que não são brancos. Que são mestiços. Eles tem também muito da contribuição dos negros em suas vidas e sua cultura.

Então, no dia em que a sociedade brasileira se entender como diversa, como plural, e que, nós negros, somos portadores de um legado deixado pelos seres humanos que foram escravizados, que foram para o Brasil nas condições de escravos, mas que deixaram cultura, deixaram história. No dia em que a sociedade brasileira tiver este conhecimento e se abrir, eu acho que, aí, também, o Candomblé será respeitado da mesma maneira que as demais religiões.

Afropress - Por favor faça as observações que a senhora gostaria para os leitores daAfropress.

Makota Valdina - Olha, estou muito feliz de encontrar um brasileiro aqui, de encontrar alguém da Afropress. Eu conheço esta mídia, via internet, pelos e-mails que recebo. Então, eu acho muito importante a gente ter essa voz aqui, esse porta-voz daqui também. Para mim foi um surpresa, mas fiquei muito feliz de poder compartilhar com os brasileiros coisas que eu estou fazendo aqui. E não em meu nome. Eu não sou Valdina. É uma brasileira, uma baiana, uma afro-brasileira que está aqui compartilhando, que está aqui trazendo um pouco de Brasil.

Afropress - Muito obrigado.

Makota Valdina - Obrigada a você.

Fonte: Afropress

O crime de Sharpeville: Imperioso lembrar para jamais repetir, ou imitar

segunda-feira, 21 / março / 2011 by Ascom

Eloi Ferreira de Araujo, Correio Braziliense*

Hoje é um dia especial para a cultura negra. Há exatos 51 anos, 69 crianças, mulheres e homens negros foram assassinados em praça pública pelo exército sul-africano no bairro de Sharpeville, na cidade de Johannesburgo. Motivo: terem saído às ruas, pacificamente, para reivindicar a extinção da Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação com o registro dos locais por onde lhes era permitido circular. 

O crime do regime do Apartheid da África do Sul ficou conhecido como O Massacre de Sharpeville. E motivou a instituição do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Uma data que o Brasil, a maior Diáspora Africana do continente americano, tem razões, infelizmente, para relembrar.  

O Governo Brasileiro, em articulação com a sociedade civil organizada, tem dado passos largos para desestabilizar a mentalidade que constrói tragédias como a de Sharpeville. As políticas de ações afirmativas, que elevaram consideravelmente o número de negros e negras nas universidades públicas; e a sanção do Estatuto da Igualdade Racial, marco histórico para a construção da igualdade de oportunidades entre negros e não-negros, são dois dos mais recentes passos da política de inclusão para o acesso aos bens econômicos e culturais do País. 

Mas ainda há muito a enfrentar. 

Uma rápida análise do noticiário é suficiente para identificar manifestações de racismo na sociedade brasileira. Em 13 de janeiro deste ano, por exemplo, os seguranças de um supermercado em São Paulo foram acusados de apreender, ilegalmente, uma criança de 10 anos, sob acusação de furto e gritos de “negrinho sujo e fedido”. Depois de submeter o garoto a humilhações, os seguranças encontraram em seu bolso o ticket que comprovava que ele pagara pelos objetos sob suspeita… 

No Carnaval baiano deste ano, mais um indicativo de discriminação. O líder da banda de pagode Psiricoacusou um empresário, em plena Avenida, sob as luzes das câmeras de TV, de tê-lo chamado de “preto” e “favelado”. Os casos ganharam destaque nos veículos de comunicação de massa, mas são apenas dois exemplos, dentre diversos outros registrados em notas de rodapé ou em Boletins de Ocorrência Policial. 

O caldo de cultura que baseia tais ataques à identidade de descendentes de africanos está, sem sombra de dúvida, entrelaçado com o perfil dominante das mortes violentas no País, que vitimam, em sua maioria, jovens negros, segundo estudos sobre violência urbana da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O mesmo caldo que motivou o assassinato dos jovens sul-africanos. 

E os brasileiros têm consciência da força simbólica do racismo. Não foi à toa que festejaram a eleição do presidente Barack Obama nos Estados Unidos da América. Um negro no comando da mais poderosa nação do mundo emite simbolismo oposto ao que guia as mãos e as vozes que agridem a identidade dos negros e negras no Brasil e no mundo. 

Não foi à toa também que, das conversas com a presidenta Dilma Rousseff, tenha constado a agenda da cultura negra. Para além dos resultados imediatos da discussão sobre o Plano de Ação Conjunta Brasil-Estados Unidos para a Eliminação da Discriminação Étnico-racial e Promoção da Igualdade, que norteou a pauta sobre o assunto, há os efeitos simbólicos da visita em si de Barack Obama sobre a identidade negra no Brasil. 

Efeitos previsivelmente positivos. Um dos muitos que, esperamos, serão gerados em 2011, instituído pela ONU como o Ano Mundial dos Afrodescendentes

* Artigo de Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares, publicado originalmente no Correio Braziliense, sob título “O crime de Sharpeville

domingo, 20 de março de 2011

MICHELE OBAMA NO BRASIL

Moda Cultura Gente

20.3.11

Estilo Michelle Obama no Brasil

O estilo Michelle Obama na visita presidencial ao Brasil ocorrida entre os dias 10 e 20 de março de 2011 ao lado do marido o Presidente Barack Obama deixará uma forte marca de sua presença.

Se Michelle Obama, 47 anos não se tornou um ícone da moda afroamericana ou mesmo da elite norteamericana ela certamente deixará registrada na crônica das Primeiras Damas dos EUA um estilo próprio em que combina  luxo e frugalidade com a mesma desenvoltura. Seja vestindo roupas de estilistas famosos nas ocasiões formais ou descontraídos vestidos como nos seus deslocamentos de viagem. Ao lado da filhas Malia, 12 anos e Sasha, 10 anos e do marido, Michelle Obama apresenta-se como uma mulher ativa que desfruta de um estilo de vida  saudável complementado por uma postura simpática e descontraída. 

Família presidencial norteamericana Obama: chegada ao Brasil

Família Obama recebida pela Presidente Dilma Roussef

Michelle Obama discursa para jovens em Brasília

Belezas Negras

Barack Obama, Michelle e as filhas no desembarque no Rio de Janeiro

Postado por Ricardo

Marcadores: Barack Obama no Brasil, Michelle Obama

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dia 21 Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e Xenofobia- SEDUC

DIA 21 em CANOAS

convite

   A Coordenadoria Municipal das Políticas de Igualdade Racial convida Vossa Senhoria para palestras sobre o Dia Internacional de Combate a Discriminação Racial, que foi instituído pela ONU (A Organização das Nações Unidas) em memória do Massacre de Shaperville na África do Sul.no ano de  1960.

Dia:21/03/2011
Hora:19 Horas
Local:Câmara Municipal de Vereadores  Estado do Rio Grande do Sul
Rua Ipiranga,123 – Centro de Canoas - RS

 

Contamos com sua presença.

 


   
PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS
GABINETE DO PREFEITO
COORDENADORIA MUNICIPAL DAS POLÍTICAS DE IGUALDA DE RACIAL - COPIR

Coordenadoria Municipal das Políticas de Igualdade Racial
Rua: Cândido. Machado, 429, Sala 107
E-mail:copir.canoas@yahoo.com.br
Fone:3476.0552

Dia 21 Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e Xenofobia

Diversidade

Seduc celebra o O dia 21 de março, data escolhida pela ONU para marcar a luta pelo combate a discriminação racial e a xenofobia, será celebrado pela Seduc com a realização de atividades artísticas e culturais. Participarão do evento o secretário de Estado da Educação, Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo, o deputado estadual Raul Carrion e o cantor Dante Ramon Ledesma. A atividade foi organizada pelo Grupo de Trabalho que conta com a participação de representantes de todos os setores da secretaria, de outros órgãos estaduais e dos movimentos sociais. O evento tem por objetivo, sensibilizar a comunidade escolar para a importância da implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08, que tratam do ensino da história dos povos africanos e indígenas.
A abertura oficial acontecerá às 11h, no Espaço de Eventos Professor Luiz Quartieri Filho e contará com a apresentação do Grupo de Capoeira do Mestre Ari e dos hinos Nacional, Pan Africano e Rio-grandense. Além de Azevedo, também participarão da solenidade o representante das Coordenadorias Regionais de Educação, professor Édson Portilho e de Waldemar de Moura Lima, representando o Fórum Permanente de Educação e Diversidade. O deputado estadual Raul Carrion entregará o Estatuto Estadual da Igualdade Racial ao secretário Azevedo. Às 12h terá inicio a Mostra da Diversidade, no saguão do restaurante do CAFF, quando se apresentarão o Grupo Canta Brasil, Micheline Freitas, da Nação Hip Hop Brasil e o violinista Wagner Canabarro. Na ocasião será feita a leitura de uma poesia de Martin Luther King, por Juarez e Tusilé.
O Grupo de Trabalho que está organizando a comemoração solicitou as Coordenadorias Regionais de Educação que realizem atividades descentralizadas. Para a coordenadora da Equipe de Diversidade da Seduc, Eliane Almeida, a comemoração do dia 21 de março contribuirá para a sensibilização do público interno e externo para as políticas públicas educacionais. Ela ressalta que a questão das diversidades terá continuidade, através do diálogo entre a secretaria e as CRES.
Participam da organização do evento, em parceria com a Seduc, o Gabinete da Primeira-Dama, a Secretaria de Estado da Comunicação e Inclusão Digital, a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, a Secretaria de Estado da Cultura, a Secretaria de Estado do Turismo, a Secretaria de Estado da Saúde, a CEEE, a PROCERGS, o Fórum Permanente de Educação Étnico Racial do RS, a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, o Sindicato dos Servidores Públicos do RS, a CUT, o Fórum Permanente e Educação e Diversidade Étnico Racial e a Associação dos Conselheiros Tutelares do Rio Grande do Sul (Comissão Quilombola).
O encerramento acontecerá às 17h30, com a apresentação do cantor Dante Ramon Ledesma. Antes será possível degustar especialidades africanas, como mini-acarajés e aluá (uma bebida que não contém álcool).
Origem da data
O dia 21 de março foi escolhido pela ONU para celebrar a luta contra a discriminação e a xenofobia, pois, nesta data, em 1960, em Johanesburgo, na África do Sul, mais de 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam passar. O resultado do protesto foi um saldo de 69 mortos e 186 feridos. O episódio ficou conhecido como o Massacre de Shaperville.

Rio Claro (SP): “Barulho de Umbanda” vira caso de Justiça

Na tarde desta quinta-feira (19), foi realizada uma manifestação na Praça da Liberdade, em frente ao Forum Rio Claro Ordem dos Advogados, em defesa de Carlos Henrique Felisberto, conhecido pelo Templo de Umbanda Lucia Oiá e Caboclo 7 Cachoeiras como ‘Pai Henrique de Oiá’. Ele é acusado de perturbação do sossego por três vizinhos da sede do templo, com base na lei federal 3.688/41.

Em audiência realizada no Forum Rio Claro Ordem dos Advogados na tarde desta quinta-feira (19), ficou acordado que os advogados do réu e o Ministério Público têm cinco dias cada um para preparação da defesa. A data do julgamento ainda não foi definida.

O réu responde por ter incomodado os vizinhos com o barulho produzido nas cerimônias religiosas que são realizadas com instrumentos musicais e cantorias. A denúncia foi levantada por Paulo Francisco Venturoli Sitolini, João Wagner Pascon e Gilberto Piola. Na defesa do acusado estão os advogados, Heitor Alves e Vinícius Amaral Lapa.

O Templo de Umbanda Lucia Oiá e Caboclo 7 Cachoeiras fica localizado na Avenida 29, entre as Ruas 16 e 17, no bairro do Estádio.

Durante a manifestação, os participantes distribuíram um panfleto com explicações sobre o fundamento da religião e outro com o título “Intolerância Religiosa”. Para os integrantes do Templo, as acusações feitas contra o Pai de Santo e o Templo de Umbanda Lucia Oiá e Caboclo 7 Cachoeiras trata-se de intolerância religiosa. Segundo Elizete das Graças de Oliveira, que esteve presente na manifestação na tarde desta quinta-feira (19), “a divulgação dos textos pretende conscientizar a população e deixá-los cientes da intolerância que ainda existe em nosso país”.

Barulho

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Rio Claro, conforme lei federal, 22 horas é o horário limite permitido para gerar algum tipo de barulho capaz de incomodar o sossego alheio. Conforme revela Janaína Nopres, integrante do templo, as reuniões do templo acontecem três vezes por semana e não ultrapassam este horário. Mas ainda assim, para amenizar o barulho gerado pelos instrumentos durante o culto, o espaço de encontro passou por três meses de reforma para conseguir um isolamento acústico.

FONTE : Guia Rio Claro

domingo, 13 de março de 2011

AFOOT - Associação Amigos da Festa de Mãe Oxum de Tapes

JORNAL 


A Associação Amigos da Festa da Oxum de Tapes, atualmente encontra-se sob a coordenação da yalorixá Cenira de Xangô, tendo como Vice, a Senhora Mãe Claudia de Iemanjá.
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Estas junto com sua diretoria, vem realizando anualmente, o Jantar Afro-Tchê e a Homenagem para a Mãe Oxum em seu Santuário.
Comprometidas com a visibilidade do povo de matriz africana de Tapes e do Estado, elas tem participado de eventos, Encontros e Seminários referentes às questões da religiosidade.
No ano retrasado,pela primeira vez ocorreu em Tapes, a Procissão para a Mãe Oxum. Tivemos a presença da ASSOBECATY, Mãe Maria de Oxum e religiosos de outros municípios que acompanharam a procissão e prestigiaram a grandiosa festa na Lagoa.
As atividades da Associação, tem sido realizadas com a parceria da Prefeitura Municipal de Tapes, Câmara Municipal, Escola Patricio, Rádio Tapense, o NUTAD (Nucleo Tapense da Diversidade Étnico-Racial), e demais parcerias.
O Grupo tem realizado entrevistas, Seminários e Encontros condizentes com a continuidade de parcerias e especialmente, almoços e festas para as crianças e idosos da comunidade Arroio Teixeira e do Butiá, em Tapes.
Estamos à disposição, pois nosso próximo passo é o almoço para as crianças da Comunidade do Butiá, que ocorrerá na sexta-feira Santa, distribuindo almoço, roupas e  alimentos . Viva a religiosidade de Matriz Africana, vida longa a revista Conexão Afro!
Maiores informações com Mãe Cenira: 81494121 ou
Mãe Claudia de Iemanjá: 93262785
Atenciosamente,
Mãe Cenira de Xangô e Mãe Claudia de Iemanjá
TAPES –RS BRASIL

sexta-feira, 11 de março de 2011

Contratação de consultoria para elaboração de fichas metodológicas do Retrato das desigualdades de gênero e raça

Seleção de consultoria para elaboração de fichas de indicadores


Brasília (Brasil) - A ONU Mulheres - Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, por meio do Programa Regional Gênero, Raça, Etnia e Pobreza, comunica a abertura do processo de seleção de consultoria para elaboração de fichas de qualificação metodológica dos indicadores da 4ª edição do Retrato das desigualdades de Gênero e Raça. A data limite para o recebimento de candidaturas é 16 de março.

A oportunidade exige Mestrado em qualquer área, experiência com indicadores sociais, conhecimento das perspectivas de gênero e raça na abordagem de indicadores sociais e boa redação. Para Mais informações, consulte o Termo de Referência.

Os/as interessados/as devem enviar sua proposta de custo total da consultoria, currículo (P11) até 16 de março de 2011 para o endereço eletrônico danielle.valverde@unwomen.org especificando no assunto da mensagem: “Consultoria Fichas de Indicadores”.

A ONU Mulheres adota o princípio da igualdade de oportunidades, com encorajamento às candidaturas de mulheres e afrodescendentes.

--

Taís Diniz Garone

Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - CNPq

Campus Universitário Darcy Ribeiro - UnB Gleba A, ICC Sul Subsolo,  Sala BSS 145

Asa Norte - Caixa Postal 04561 - Brasília - DF - Brasil CEP: 70919-970

(61)  3107-7299- ramal 210 – (61) 3107-7291

"Todos somos responsáveis por todos"(Jean Paul Sartre)
"Somos todos responsáveis por tudo, diante de todos"(Dostoievsky)

TUTOR PRESENCIAL no curso em Educação para as Relações Étnico-Raciais, da UFPEL/SECAD/UAB

 

N°1-12 de  Março ano 2011 -Guaíba- RS –Brasil

 

TUTOR PRESENCIAL no curso em Educação para as Relações Étnico-Raciais, da UFPEL/SECAD/UAB

A Universidade Federal de Pelotas – UFPEL torna pública, a abertura das inscrições e as

normas que regerão o processo seletivo para formação de cadastro de reserva de

BOLSISTAS que atuarão como TUTOR PRESENCIAL no curso em Educação para as

Relações Étnico-Raciais, da UFPEL/SECAD/UAB, conforme segue:

http://cead.ufpel.edu.br/docs/edital-tutor-presencial-final.pdf

Dúvidas e informações através do e-mail: etrc.ufpel@gmail.com

As inscrições para TUTOR à PRESENCIAL serão realizadas no período de 14 a 17 de março de 2011.

Editais de seleção de Tutores Presenciais para atuarem nos cursos de Aperfeiçoamento em Educação Ambiental, Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Produção de Material Didático para a Diversidade. As inscrições estarão abertas no período de 14 a 17 de Março

Download Educação para as Relações Étnico-Raciais

FONTE

http://cead.ufpel.edu.br/

quinta-feira, 10 de março de 2011

Egbomi Conceição Reis de Ogum: DESTAQUE PARA OS FILHOS DE GANDHY

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Filhos de Gandhy” homenageia Valmir Assunção

Valmir ao lado do ministro da sa ¦de Jose Padilha - FOTO Assessoria 1O tempo passa, e a história muda, assim como mudam seus personagens. Características ideológicas, ações inclusivas, atitudes e respeito à população, são elementos fundamentais para comparar personagens da história geral que se confundem por serem não apenas parecidos, mas também por lutarem pelas mesmas causas em tempos diferentes. Dessa vez o enredo baiano cuidou de marcar as vidas do representante do povo Valmir Assunção (deputado federal) e do líder hindu Mohandas Ghandi que, neste Carnaval 2011, serão lembrados pelo Bloco “Filhos de Gandhy”.

No circuito batatinha a tradicionalmente saída dos “Filhos de Gandhy” sempre acontece com o padê de Exú - deus iorubano que abre os caminhos -, no meio do Largo do Pelourinho e, por isso, é uma cerimônia muito esperada e uma das principais atrações do Carnaval do Pelô. Neste momento, o governador Jaques Wagner, o deputado federal Valmir Assunção e o ex-ministro da cultura e cantor Gilberto Gil, juntamente com a diretoria do bloco, realizam o ato.

O bloco, ao chegar à Praça Castro Alves, homenageou Valmir Assunção que se tornou sócio benemérito da instituição. A homenagem ainda uniu sua história e a de Gandhi, que têm em comum a luta pela liberdade, emancipação do seu povo e, acima de tudo, são dois lutadores que dedicaram suas vidas políticas em busca do desenvolvimento social, econômico dos menos favorecidos e da busca da paz. O processo de colonização deixou como herança a fome, a opressão aos povos, a pobreza. Tanto Valmir quanto Gandhi escolheram lutar ao lado do seu povo, buscando a igualdade e a liberdade através de manifestações pacíficas.

Valmir luta pela reforma agrária pelos direitos iguais utilizando-se das formas pacíficas de protesto. Gandhi líder indiano pacifista também lutou pelos direitos do seu povo utilizando-se sempre meios pacíficos.

Afoxé Filhos de Gandhy

Valmir Assun º úo  ® o presidente do Filhos de Gandhy AGNALDO SILVA - FOTO Divulga º úo 1Em 62 anos de vida, o “Afoxé Filhos de Gandhi” fez não apenas a sua história, mas a própria história do carnaval de Salvador. Tudo começou há pouco tempo, em 1949, com um grupo de estivadores, que com a genialidade de “Vavá Madeira”, tomou por base a figura do líder indiano pacifista, Mohandas Karamchand Gandhi, fez surgir nas ruas de Salvador o bloco, hoje afoxé, “Filhos de Gandhy”,  inspirado nos princípios de não violência e paz, tendo como tradição da religião africana ritmada pelo agogô e do seu ritmo ijexá na linguagem yorubá.

Nessa homenagem que faz ao deputado federal Valmir Assunção, o “Filhos de Gandhy” personaliza o líder, defensor dos direitos do cidadão, o respeito aos direitos sociais do povo sem levar em conta a sua origem  e antes de tudo, o reconhecimento por aquele que trabalha em favor da paz na sua mais completa manifestação.

Assessoria do deputado Valmir Assunção

71 99225998

terça-feira, 8 de março de 2011

lmpério Serrano e o “Canto de Ossanha

No Carnaval 2011, a Escola de Samba Império Serrano (RJ) homenageou a obra literária e musical de Vinicius Império Serrano e o “Canto de Ossanha”de Moraes, e consequentemente o Orixá Ossaim, cuja canção Canto de Ossanha, foi composta por ele, em uma época em que conheceu Baden Powell, grande amigo de copos e noites, e que o levou a se aproximar do Candomblé. Sucessos como Samba da Benção, Lamento de Exu, Canto de Xangô e o próprio Canto de Ossanha, surgiram a partir daí.

Uma das fantasias apresentadas pelo Império Serrano, fazia alusão ao Orixá Ossaim, assim como o Samba Enredo, que continha a seguinte frase: “Caô, meu Pai Xangô. Se o canto é de Ossanha, vou bater o meu tambor. ‘Lamento de Exu’, que o poetinha cantou.”

“...uma forma de exaltar minha crença, meu pensar e agir. Eu o branco mais preto do Brasil, Capitão do Mato, Vinícius de Moraes, na linha de Xangô peço axé ao meu povo!” – Vinicius de Moraes

Imagem: Império Serrano

Fonte A GAXÉTA

EDITORIAL DA REVISTA CONEXÃO AFRO

N°o1- o8 de  Março ano 2011 -Guaíba- RS -Brasi

REVISTA CONEXÃO AFRO




EDITORIAL

O lançamento da Revista Conexão Afro Online nos remete a reflexão da origem do nome que  expressa um momento mágico criativo jornalístico por podermos elaborar um instrumento politico para ser utilizado em qualquer época em qualquer tempo. Sempre que é usado possibilita  visibilidade as questões afro, cultura arte e tradição de matriz africana, foi pensado inicialmente como um meio da Assobecaty contribuir com a sociedade, estimulando o resgate dos valores de raiz afro. Mesmo sendo criado dentro de um terreiro de tradição, não foi obstáculo para as inovações , um  nome forte apresentado em várias iniciativas. É pioneiro, por estar sempre apostando na interatividade através de programa de rádio comercial, rádio web e comunitária, em sites e nos 38 Blogs mantidos com conteúdos autenticamente produzidos por nós e outros dois de maneira colaborativa. Na 1° Conferência Nacional de Promoção a Igualdade Racial- DF Brasilia (2005) experênciamos a gravação de  documentário em video com autoridades do Brasil  e no ano de 2006, quando foi  realizada a primeira edição do  Jornal Conexão.

O nome tem credibilidade e se apresenta como um instrumento desafiante, para  as religiões  de tradições  afros frente ao terceiro milênio por possibilitar cindir para sempre com a invisibilidade, da raiz africana, assim, como arte e a cultura negra, que entra em discussão, nesse espaço.Foi  realizado o pré - lançamento, em novembro de 2010, dentro da programação do  I Encontro Estadual do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro Brasileiro, INTECAB-SP, acontecimento que nos honra muito e que obteve a presença marcante da mais nobre  tradição  dos orixás no estado de  São Paulo, e alguns outros estados, que testemunharam e abençoaram a iniciativa, do axé do batuque do sul.  Saudamos  Mãe Ana de Ogum e a Mãe Juju de Oxum as mais velhas! Que Ogum e Oxum abençoe os caminhos da Revista Conexão Afro!

Axé São Paulo,  Axé Brasília, Axé Florianópolis, Axé Paraíba, Axé Rio de Janeiro, Axé Belém do Pará, Axé Recife,  Axé Salvador, Axé  Rio Grande do Sul, Axé  Brasil.

Axé Argentina, Axé Uruguai, Axé Portugal, Axé Itália,  Axé Espanha, Axé Africa , AXÉ MUNDO !

Você está convidad@ a acessar este instrumento colaborativo e de compartilhamento de conhecimentos. Dê a sua sugestão, divulgue a sua agenda, traga a matéria de seus eventos contribua com este instrumento de luta, ele é nosso!!!

http://conexaoafro.wordpress.com/

conexaoafro@gmail.com

Mais uma Ação Afirmativa pelo Ano Internacional Afrodescente - ONU 2011


Yalorixá Carmen de Oxalá

Líder Espiritual Assobecaty

Dia Internacional da Mulher -assobecaty mulher

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sábado, 5 de março de 2011

MULHER DE ARAÇATUBA, ROMPENDO A BARREIRA DA INVISIBILIDADE

Ebony-300x202A Mulheres de aralatubaNo dia 10 de março de 2011, a Secretaria de Participação Cidadã, realizará Seminário com o tema “A Mulher de Araçatuba, Rompendo a Barreira da Invisibilidade”. Na ocasião será realizada avaliação da atual conjuntura enfrentada pelas mulheres no Brasil e serão debatidos os temas trabalho com ênfase no assédio moral e a violência doméstica, que de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC aponta que a cada dois minutos cinco mulheres sofrem agressões violentas no Brasil. Objetivando sensibilizar e envolver todo o Governo Municipal, a Secretaria Municipal de Participação Cidadã realizou três reuniões organizativas, com participação dos quatro CRAS (Umuarama, São José, Jussara e Rosele), o CREAS e ainda o CRM. Nestas reuniões, apresentamos a proposta de criarmos a RPMA (Rede de Proteção à Mulher de Araçatuba), com diversos encaminhamentos no sentido de criar e fortalecer vários mecanismos que servirão para compor a mencionada rede e que terá o papel de trabalhar a autoestima das mulheres da cidade, orientação, prevenção e encaminhamento de possíveis denúncias. A Secretaria Municipal de Participação Cidadã através de seu Departamento de Afirmação de Direitos entende que somente com ação coordenada, poderemos construir uma nova realidade em Araçatuba para que a mulher ocupe o seu lugar de destaque na sociedade, tendo todos os seus direitos respeitados.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Ebony-300x202A MULHER DE ARAÇATUBA, ROMPENDO A BARREIRA DA INVISIBILIDADE

No dia 10 de março de 2011, a Secretaria de Participação Cidadã, realizará Seminário com o tema “A Mulher de Araçatuba, Rompendo a Barreira da Invisibilidade”. Na ocasião será realizada avaliação da atual conjuntura enfrentada pelas mulheres no Brasil e serão debatidos os temas trabalho com ênfase no assédio moral e a violência doméstica, que de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC aponta que a cada dois minutos cinco mulheres sofrem agressões violentas no Brasil. Objetivando sensibilizar e envolver todo o Governo Municipal, a Secretaria Municipal de Participação Cidadã realizou três reuniões organizativas, com participação dos quatro CRAS (Umuarama, São José, Jussara e Rosele), o CREAS e ainda o CRM. Nestas reuniões, apresentamos a proposta de criarmos a RPMA (Rede de Proteção à Mulher de Araçatuba), com diversos encaminhamentos no sentido de criar e fortalecer vários mecanismos que servirão para compor a mencionada rede e que terá o papel de trabalhar a autoestima das mulheres da cidade, orientação, prevenção e encaminhamento de possíveis denúncias. A Secretaria Municipal de Participação Cidadã através de seu Departamento de Afirmação de Direitos entende que somente com ação coordenada, poderemos construir uma nova realidade em Araçatuba para que a mulher ocupe o seu lugar de destaque na sociedade, tendo todos os seus direitos respeitados.

quinta-feira, 3 de março de 2011

    ROUXINOL  Coluna de Egbomy Conceição Reis de Ogum

Ebony-300x202 Olhem só que interessante !
  LUTEI E CONSEGUI
Márcia Severino de Oliveira. Assim foi batizada, uma mulher de pele negra, considerada um símbolo contra todas as desigualdades. Márcia, uma brasiliense simpática, tem mais de 40 décadas de caminhada, marcada por sofrimentos, discriminações e vitórias. “Meu pai tinha uma chácara em Águas Lindas de Goiás. Morávamos no DF (Distrito Federal) e aqui ao mesmo tempo, mas meu coração é aguaslindense com certeza”, ressalta.
Popularmente conhecida por Márcia Napoleão – por ser filha do pioneiro e policial federal João Napoleão, que veio viver e morar em Águas Lindas desde 1982 – a professora, formada em pedagogia pela Universidade Católica de Brasília, sempre lutou pelo direito do povo, como se fosse uma causa particular.

O pai de Márcia ficou conhecido por ajudar na construção da Igreja São Pedro de Águas Lindas de Goiás
Mãe de uma menina de seis anos, Márcia moradora de Taguatinga/DF, fez sua carreira em Águas Lindas de Goiás, onde iniciou como diretora do Colégio Municipal Darci Ribeiro em 1998. “Nesta época me destaquei, pois inovei totalmente. Transformei a escola numa verdadeira casa para os alunos. Cuidava de mais de 1200 alunos, como se fossem todos meus”, afirma Márcia.
Márcia revolucionou o campo acadêmico em Águas Lindas. Transformou as escolas, em um lugar agradável, onde crianças e adolescentes gostavam de ficar o dia todo. “Tenho orgulho de dizer, que fiz a diferença neste município, apesar de tantas dificuldades que passei”, completa.
Exemplo de vida!
Márcia foi além. Ajudou a criar a primeira biblioteca do município. “Já cataloguei mais de quatro mil livros, durante muito tempo. Foi trabalho demais”, brinca.
Além das dificuldades que já existiam em Águas Lindas, a professora teve que enfrentar discriminações. “Infelizmente, passei por isso, fui humilhada por ser negra e por acharem que eu não teria capacidade para certas coisas. Foi muito triste e traumático”, conta Márcia.
Mas a guerreira não permitiu que isso atrapalhasse seus sonhos. Depois de muito tentar entender o que estava acontecendo, a professora descobriu. “Eu tinha medo de enfrentar as pessoas, eu tinha medo de mostrar minha capacidade. E foi justamente este medo, que me ajudou e transformou tudo”, comemora.
Márcia criou então, o projeto “Quebrando a Cultura do Medo”, na tentativa de mostrar a importância das pessoas lutarem pelos seus direitos e não se permitirem sofrer qualquer tipo de discriminação. O projeto deu início na Escola Kennedy, no Setor Pérola, em 2005.
“O projeto serve para as pessoas entenderem uma coisa: não adianta fugir dos problemas, o melhor é encará-los. Graças a Deus, o projeto atende principalmente crianças e adolescentes. Esses precisam aprender desde cedo, o que é lutar pelos direitos. Saber peitar tudo aquilo que for ruim”, explica Márcia.

O projeto tem o apoio do Ministério de Políticas de Promoção da Igualdade da Presidência da República e atualmente, atende todas as escolas municipais de Águas Lindas de Goiás.
Márcia, feliz e orgulhosa, deixa uma mensagem. “Espero que as pessoas prossigam com este respeito ao próximo e que saibam recorrer quando for necessário. Sempre que precisar: denuncie e dê seu grito de liberdade”.
Texto: Karolline Soares
Foto: Arquivo pessoal
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Fonte: ASPIR