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domingo, 6 de abril de 2014

MEMÓRIA: Hoje completam 46 anos sem Martin Luther King Jr.

 

No dia 4 de Abril de 1968, o ativista e pastor Martin Luther King Jr.  - que chegou a receber um Nobel da Paz pela sua campanha sustentada na não-violência e amor ao próximo, foi assassinado em Memphis, Tennessee. Odiado por muitos segregacionistas do sul, foi atingido mortalmente por um sniper na varanda de um hotel, às 18h01, momentos antes de uma marcha.

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O autor do crime? James Earl Ray. Andou fugido por mais de dois meses antes de ser apanhado – e chegou a passar dez dias em Portugal durante esse período. Quando estava em Londres, prestes a partir para Bruxelas, foi capturado pela polícia.

Um dos discursos que mudou o mundo
No dia 28 de Agosto de 1963, em Washington D.C., Luther King discursou perante uma multidão de mais de 200 mil pessoas. As palavras emocionaram o mundo. Proferido por um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos entre a década de 50 e 60, o discurso teve um impacto sem igual.
Curiosamente, o texto demorou uma semana a ser feito, e até à véspera de ser proferido não continha qualquer referência à palavra “sonho”. Mas aquela era uma palavra que não saia da cabeça de Martin Luther King. Deveria terminar assim o seu discurso? Quando colocou esta questão a dois dos seus assessores, um deles aconselhou-o a não o fazer. Era demasiado clichê, terá dito Wyatt Tee Walker, uma vez que já tinha utilizado demasiadas vezes a palavra “sonho” noutros discursos. O outro assessor, Andrew Young, concordou.
Nessa noite, alguém ouviu King repetir aquelas mesmas palavras: “Eu tenho um sonho… Eu tenho um sonho…”. No dia seguinte, na maior manifestação em defesa da igualdade racial, a marcha terminou com o discurso do afro-americano. E a palavra “sonho” estava lá. [Veja o vídeo para recordar o discurso completo]
No final da manifestação, acompanhada em direto pela rádio e televisão, o presidente Kennedy recebeu cada um dos oradores num encontro na Casa Branca. “Eu tenho um sonho”, terá dito a King. Estava feito: tal como o presidente dos Estados Unidos, milhões de pessoas um pouco por todo o mundo também não esqueceram aquelas palavras.