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terça-feira, 10 de junho de 2014

UNIC REALIZA 1ª FEIRA DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

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    A Faculdade de Enfermagem da UNIC em parceria com o Pronatec realiza nessa terça-feira (13) a 1ª Feira de Saúde da população Negra, das 8h às 21h no pátio da instituição.

    De acordo com a professora, Micheline Lopes, o objetivo do evento é fomentar a discussão sobre a qualidade da assistência à saúde para a população negra, bem como trazer uma reflexão sobre o combate ao racismo institucional e as vulnerabilidades em saúde.

    “O propósito dessa feira é garantir o acesso à saúde, em seus aspectos de promoção, prevenção, atenção, tratamento e recuperação de doenças, incluindo aqueles de maior prevalência no grupo em estudo”, frisou Lopes.

    Micheline afirma que estudos revelam que os maiores índices da prematuridade dos óbitos, das altas taxas de mortalidade materna e infantil,  e da maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas, bem como a violência urbana incidem sobre a população negra.

    “Esse evento é um momento que temos especialmente para refletir o lugar da população negra no país, sua história, importância política, necessidades e direitos. Isso não deve apenas ficar centrado em universidades. Mas, trabalhar essa questão na sociedade em geral, porque ainda hoje vimos que o racismo é muitas vezes silencioso e não declarado”, finalizou.

    Para o presidente do Quilombo Capão do Negro, Elizeu da Silva, é necessária uma quebra de cultura, porque as pessoas não conhecem a realidade da população negra e as dificuldades que ainda sofremos nos dias atuais. “É preciso incluir a questão racial nas universidades, para que os estudantes saiam conscientes e atentos a essa realidade”, declarou.

    A ativista do Movimento Negro, Nara Nascimento esteve presente no evento e destacou que é muito importante esse tipo de atividade para sensibilizar o corpo docente e discente da instituição. “Segundo pesquisa da Organização Mundial de Saúde - OMS, 43% da população branca tiveram atendimentos a saúde, enquanto somente 25% da população negra teve acesso. As mulheres negras apresentaram menores chances de passar por consultas ginecológicas completas e por consultas de pré-natal; menores chances de realizar a primeira consulta de pré-natal em período igual ou inferior ao quarto mês de gravidez, receber informações sobre os sinais do parto, alimentação saudável durante a gravidez e sobre a importância do aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida do bebê. Isso mostra o quanto existe a discriminação racial perante a sociedade”, afirmou.

    Elaine Regina dos Santos, responsável técnica da saúde da população negra, da Secretaria Municipal de Saúde – SMS ressaltou que é muito importante debater essa questão com os acadêmicos, pois ainda existe muita diferença entre a população branca e negra no mercado de trabalho.​

    Fonte: Soraya Medeiros/UNIC