Com forte trabalho na propagação da cultura de paz, o afoxé Filhos de Gandhy abraça o tema do combate à violência contra a mulher no Carnaval 2012. O objetivo da mobilização é envolver os 15 mil associados, entre baianos e turistas, numa campanha pela igualdade de gênero e divulgação da Lei Maria da Penha. O laço branco, símbolo da campanha, será atado no braço do presidente do afoxé, Agnaldo Silva, pela Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, Vera Lúcia Barbosa, na Praça Castro Alves, no domingo (19). A saída dos foliões está prevista para 15h30, do Pelourinho.
Os Filhos de Gandhy também serão alvo, durante todo o ano, de outras campanhas de sensibilização, como combate à intolerância religiosa e homofobia, além de prevenção à AIDS. “Os Filhos de Gandhy são referência de paz. Por isso vamos intensificar essas ações, seguindo o exemplo do nosso pacifista Mahatma”, disse.
Para a secretária Vera Lúcia Barbosa, o apoio dos Filhos de Ghandy “tem grande importância simbólica, uma vez que a Bahia está entre os primeiros estados no ranking nacional de agressão às mulheres”. As Filhas de Gandhy, que desfilam no sábado (18), também serão envolvidas nas atividades da campanha na folia e no decorrer do ano.
Saiba mais sobre o afoxé Filhos de Gandhy:
No dia 18 de fevereiro de 1949 os estivadores do porto de Salvador, estavam sentados ao pé de uma mangueira perto da sede da entidade (Sindicato dos Estivadores), preocupados com a falta de trabalho nos portos e a política de arrocho salarial, gerada pela crise do pós-guerra. Inconformados com a impossibilidade de o bloco carnavalesco “Comendo Coentro” desfilar, Durval Marques da Silva, conhecido como “Vavá Madeira”, sugeriu a ideia de colocar um bloco na rua.
A sugestão foi logo aceita entre os vários colegas da estiva como Hermes Agostinho dos Santos, o Soldado, Manoel José dos Santos, Guarda-Sol, Almir Passos Fialho, o Mica, e muitos outros que participaram da fundação do bloco Filhos de Gandhy. No primeiro dia, saíram apenas 36 participantes apesar de ter mais de 100 inscritos. Ninguém podia imaginar o que a polícia iria fazer, pois o sindicato estava sob intervenção governamental. Para evitar represálias, o fundador Almir Fialho deu a ideia para mudar a grafia do nome Gandi, inserindo as letras “dh” e trocou o “i” por “y”, ficando Gandhy.
Assim nascia o “Filhos de Gandhy” e em 1949 já desfilava pela primeira vez, como cordão. Desde a época de sua fundação até os dias atuais, o Afoxé, pioneiro da paz e com estilo próprio não parou de crescer.
Serviço:
O quê: Ação com Filhos de Gandhy
Quando: Domingo (19), às 15h30
Onde: Concentração no Largo do Pelourinho
Ato pelo fim da violência, em cima do trio – Praça Castro Alves
Fonte - SPM
Exibições: 136