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sábado, 14 de maio de 2011

VIVA A CULTURA ODOMODÊ ! A defesa do território negro, quilombola e popular,

Viva a cultura Odomodê!
http://www.mocambos.net/noticias/relato-da-plenaria-odomode-13-de-maio

A plenária realizada pela Frente de Luta Quilombola, Negra e Popular no Dia
Nacional de Luta Contra o Racismo em Defesa do Território Afrosul Odomodê,
no dia 13 de maio, foi um sucesso. Contou com a participação de quase duas
centenas de pessoas e definiu uma agenda de lutas. O objetivo é fortalecer a
mobilização específica pela manutenção do Odomodê naquele espaço, mas também
a defesa das principais reivindicações colocadas pela Comunidade Quilombola,
Negra e Popular à nível nacional.

A agenda inicia hoje, dia

16 de maio com participação na Temática da Cultura do Orçamento
Participativo, às 19 horas, no auditório Dante Barone, na Assembléia
Legislativa.

Segue no dia

26 de maio com participação na reunião dos Comitês Populares da Copa, que
ocorre às 19 horas, no Sindicato dos Municipários, no Largo Zumbi dos
Palmares.

Na reunião dos Comitês, aprovar a realização de Ato Público para ser
realizado no dia 31 de maio, às 16 horas, em frente ao prédio da Prefeitura
de Porto Alegre.

Fortalecer a mobilização nacional dos Quilombos, Negros e Populares para a
realização de Marcha à Brasília em julho - Contra o Racismo Institucional, o
genocídio da Juventude Negra e contra a ADI 3239, impetrada pelo DEM no
Superior Tribunal Federal que pretende liquidar com as possibilidades de
reconhecimento e titulação dos territórios quilombolas.

Paralelamente articular audiência publica a ser realizada de forma combinada
com parlamentares da Câmara e Assembléia Legislativa mas no espaço
territorial do Afrosul Odomodê.

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Em defesa da cultura e do território Odomodê



O Afrosul Odomodê é um Ponto de Cultura e desenvolve projetos sociais com
crianças, além de ser uma referência da cultura afro-gaúcha.

A prefeitura usa a necessidade de realizar obras para a Copa para ameaçar o
Odomodê de remoção a construção de condomínios para famílias que estão sendo
despejadas de outros lugares da cidade.



A cerca de dois anos a prefeitura insinua querer mudar o Odomodê de local.
Mas não formaliza o assunto. Toma medidas: analisar solo, diz para
participantes de projeto social que o Odomodê desenvolve que sairão de lá.
Trata o assunto como se a comunidade fosse invisível.



O Afrosul Odomodê é espaço da cultura negra e popular há muitas décadas,
sendo continuidade de outras formas importantes de organização da cultura no
Rio Grande do Sul, sem ser resultado de valores inventados.

Onde está, na Ipiranga, 3850, realiza serviço de atendimento de menores
abandonados ao longo do braço do Arroio Dilúvio e necessitados no município.
Muito antes deste trabalho se chamar terceiro setor e existir empresas e
políticos usando a miséria para fazer populismo e assistencialismo.



Muitos artistas iniciaram seus passos ali e muitos, artistas ou não,
frequentam aquela Casa de e para a alegria com segurança e amizade. Agora a
luta do Odomodê, como de outras comunidades da cultura e da moradia dos
pobres, dos negros e negras de Porto Alegre, é para garantir o respeito à
sua existência no local onde fincaram raízes, construíram relações sociais,
emocionais e imateriais.



O argumento dos governantes para ocupar espaços territoriais valiosos é a
realização da Copa do Mundo de Futebol, em 2014. O resultado desta ação é a
ameaça constante de despejo de comunidades pobres e entrega da terra publica
ou ocupada por moradias quase sempre para as grandes empreiteiras.



Nada justifica que a população pobre mais uma vez seja a vítima da
realização de um evento que enriquece alguns e não resolve os problemas
fundamentais dos cidadãos que aqui moram. Porque a modernização não passa
pelas reivindicações destas comunidades de serem urbanizadas onde moram, há
muitos anos?



Não são sérias as propostas para resolver os problemas da saúde, da
educação, do transporte, da segurança, da moradia, do equilíbrio ambiental e
agora, da cultura do município ou do estado. Nenhuma reivindicação popular -
dos jovens, dos moradores, da cidadania - no respeito aos Quilombos, a
Cultura Negra, a Sexualidade, a Segurança, a mobilidade com as ciclovias, o
equilíbrio ambiental -, é respeitada ou existe projeto sendo executado de
forma séria.



O que temos assistido para a realização da Copa de Futebol é o agravamento
das relações trabalhistas, com aumento dos casos constatados de
semi-escravidão, exploração intensiva da mão de obra, suspensão de
legislação que oferece algum tipo de controle ou fiscalização, facilitação
comercial e financeira e já existindo inúmeras denúncias de irregularidades.
Tudo em nome de um desenvolvimento econômico que sustenta uma visão social
"moderna" baseada na violência, desrespeito, individualismo, populismo,
consumismo.



A cultura dos grupos sociais legítimos da formação social brasileira e
sul-rio-grandense serve apenas se for mercadoria para o projeto de sociedade
e cidade dos ricos para os ricos neoliberais.