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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Yalorixá e Doutora em Antropologia, Cecília Conceição Soares participará de curso gratuito em SSA

Fonte Instituto Mídia Étnica em 16 maio 2011 às 19:30

Yalorixá fundadora do Ilê Axé Maroketu é tema de aula na Biblioteca Pública do Estado

Foto de Wilson Militão, extraída do Blog Mundo Afro / A Tarde

Nesta terça-feira, 17 de maio, às 17h, no auditório da Biblioteca Pública do Estado (Barris), a Professora Doutora Cecília Conceição Moreira Soares será a próxima convidada do curso Conversando com sua História, do Centro de Memória da Bahia. O tema a ser abordado será “Yalorixá Cecília do Bonocô – História de vida", assunto da tese de doutorado defendida na Universidade Federal da Pernambuco. As inscrições são gratuitas e os participantes recebem certificados.


O tema
– Buscando abordar as passagens em vários processos ritualísticos de diferentes culturas como: a ameríndia, a européia e a africana, mas com o enfoque na religião de matriz africana, a autora falará dos distintos momentos de vida da Yalorixá e as ações que a mantiveram ligada às tradições do Candomblé. “A vida religiosa de matriz afro-brasileira da Yalorixá é muito rica, tendo em vista que, anteriormente à iniciação na nação Ketu, ela passou pelo catolicismo popular, por outras vertentes religiosas, fundou uma sessão espírita e, só depois, teve a passagem definitiva para o mundo do Candomblé. Na religião afro-brasileira, Cecília recebeu a dijina Onã Sabagi, que significa ‘caminho’, local onde se realiza os rituais de iniciação da nação jeje”, ressalta a professora Cecília Moreira, neta da yalorixá e atual lider religiosa do Ilê Axê Maroketu.


História
- Cecília do Bonocô foi fundadora do Ilê Axé Maroketu, em 1943, uma tradicional casa de candomblé Ketu, com tradições Jeje, situada no bairro de Cosme de Farias, em Salvador. Hoje liderada por sua neta e próxima palestrante do Curso Conversando com sua História. “O que é interessante na análise da historia de vida da Yalorixá Cecilia do Bonocô é o fato de ser tão cheio de simbolismo e pertencimento religioso e de permanecer na memória do Povo de Santo, enquanto exímia olhadeira em copo d´água e pela força do seu Orixá Azoani (Obaluaiyê)”, afirmou.

Currículo - Além da sua tradicional herança religiosa, a Professora Doutora Cecília Conceição Moreira Soares, possui Doutorado em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco, 2009; Mestrado em História pela Universidade Federal da Bahia, 1994; é Professora da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS e da Universidade Católica do Salvador, UCSal. É membro do Núcleo de Estudos sobre a Mulher Mulieribus/UEFS e do Núcleo Cultura, Poder e Memória /UCSAL. Entre as publicações da professora destacam-se: A Mulher Negra na Bahia do Século XIX, As ganhadeiras em Salvador no século XIX; As Negras nas ruas: outros conflitos; Ser Negro no Candomblé e estereótipo verbal; e Candomblé de Paramirim na época de 1958.

O próximo encontro do Curso Conversando com sua História acontece no dia 25 de maio e terá como tema: “Entre o ‘serviço da casa’ e o ‘ganho’: escravidão em Salvador na primeira metade do século XVIII”, ministrado pela Professora Ms. Daniele Santos de Souza, da Universidade Federal da Bahia – UFBA. A aula busca refletir sobre a escravidão negra-africana em Salvador na primeira metade do século XVIII, discutindo o trabalho escravo urbano e as formas de resistência e solidariedade tecidas por africanos, crioulos e mestiços.

As inscrições podem ser feitas diariamente, das 9h às 17h, pelo telefone 3117- 6067 ou através do email: cmb.fpc.ba.gov.br